RE_EDIÇÃO __ Sob a pele __ 11/07/16
arte: agnes cecile |
Guardo mananciais
que não se deixam
ver
com sons que só eu
escuto!
Não são as veias e
artérias que descrevo
são emoções em
mares abertos
e as lagoas
secretas
camufladas no meio
da mata
com esse fim !
Afluentes que
desaguam
em rios caudalosos ...
em rios caudalosos ...
e vagarosos, descem
as montanhas!
Os exames de imagem
só nos mostram a matéria
não a essência de
toda miséria
das almas ... que
nos afligem!
Vocês veem o que
veem
uma possível
blindagem!
A minha pele é o que
veem
debaixo ...
sei o que há
posso trazê-la
brilhante
só lhes mostro o
lado de fora
dentro dela ...
muito embora
não veem que a
infecção agiganta
eu sinto a febre que
lhe acompanha!
Debaixo dela escondo
se quero esconder
se não quero, eu
mostrarei!
Como des_vendo
agora!
Como só veem o que
veem
é fácil ser
juiz e bater o martelo
Ou o que é
pior:
hipoteticamente ...
fazer melhor!
Ser juiz é sempre
gostoso
de ser réu ninguém
gosta
quando se muda de
cadeira ...
e na falibilidade
humana
assumir-se
‘falível’!
Difícil é
sair de si
‘desvestir-se’
primeiro
para ‘vestir-se’ de
mim ...
entre uma coisa e
outra ficarão nus!
Façam isso ...
sem cortar a minha pele
tenham a sutileza de
adentrar
sem tampouco feri-la
...
não causar mais
danos
dos que já estão
perpetrados!
Se sair de si já é
duro
sentir 'ao outro' é
bem mais
... se é que
poderão senti-lo ...
... se é que se
deixarão sentir ...
porque vai doer!
E poderão decifrar
... supor
conhecerão da dor
que me castiga
... sentir e
entender - pra depois compreender:
a sequência é essa!
Não peço defesa
- não preciso
apenas
espaço pra ser o que sou!
Não peço desculpas -
nunca pensei em pedir!
Exijo
aceitação de ser o que sou
'Respeito' pelo que escrevo no meu livro da vida!
'Respeito' pelo que escrevo no meu livro da vida!
Façam isso pra
poderem exigi-lo um dia!
Igual a mim? ...
ninguém!
Igual a vocês?
Não sou!
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