sábado, 11 de agosto de 2018


RE_EDIÇÃO __ Sob a pele __ 11/07/16



arte: agnes cecile


Guardo mananciais
que não se deixam ver
com sons que só eu escuto!

Não são as veias e artérias que descrevo
são emoções em mares abertos
e as lagoas secretas 
camufladas no meio da mata
com esse fim !
Afluentes que desaguam
em rios caudalosos ... 
e vagarosos, descem as montanhas!

Os exames de imagem
só nos mostram a matéria
não a essência de toda miséria
das almas ... que nos afligem!

Vocês veem o que veem
uma possível blindagem!

A minha pele é o que veem
debaixo ...  sei o que há
posso trazê-la brilhante
só lhes mostro o lado de fora
dentro dela ... muito embora
não veem que a infecção agiganta
eu sinto a febre que lhe acompanha!

Debaixo dela escondo
se quero esconder
se não quero, eu mostrarei!
Como des_vendo agora!

Como só veem o que veem
é fácil ser juiz e bater o martelo
Ou o que é pior: 
hipoteticamente ... fazer melhor!

Ser juiz é sempre gostoso
de ser réu ninguém gosta
quando se muda de cadeira ...
e na falibilidade humana
assumir-se  ‘falível’!

Difícil é sair de si  
‘desvestir-se’  primeiro
para ‘vestir-se’ de mim ...
entre uma coisa e outra ficarão nus!
Façam isso ...  sem cortar a minha pele
tenham a sutileza de adentrar
sem tampouco feri-la ...
não causar mais danos
dos que já estão perpetrados!
  
Se sair de si já é duro
sentir 'ao outro' é bem mais
... se é que poderão senti-lo ...
... se é que se deixarão sentir ...
porque vai doer!
E poderão decifrar ... supor
conhecerão da dor que me castiga
...  sentir e entender - pra depois compreender:
a sequência é essa!


Não peço defesa -  não preciso
apenas espaço pra ser o que sou!
Não peço desculpas - nunca pensei em pedir!
Exijo aceitação de ser o que sou
'Respeito' pelo que escrevo no meu livro da vida! 
Façam isso pra poderem exigi-lo um dia!

Igual a mim? ... ninguém!
Igual a vocês?  
Não sou!


Nenhum comentário:

Postar um comentário