terça-feira, 7 de agosto de 2018

PRA VALER  __ 747





Os cavalos selvagens - os meus pensam ouentos - puxam a carroça que leva os sentimentos, porque eles ainda vivem, tanto uns quanto os outros, na época em que a tecnologia dos motores não chegou.  E ainda bem, porque senão, estando de posse de um veículo motorizado, eu chegaria mais rapidamente ao precipício, perdendo a viagem.  

Dessa forma - usando um transporte rudimentar, posso adestra-los, para que me levem aonde quero.  

Terei mais tempo para domesticar cavalos e condutores. Antes que eu coloque, os até agora, irracionais cavalos, dentro do motor e os transforme em potência.  Antes de acomodar os condutores em macios bancos de couro, juntamente comigo - a quem eles conduzem.  

Condutores inaptos, podem fazer perder os cavalos e o próprio destino.  Cavalos desembestados podem ferir aos condutores e a si próprios.  Pensamentos afetam sentimentos, que por sua vez, alteram os pensamentos, que influenciam os sentimentos, em fluxo constante.  

A bem da verdade, é que cavalos e condutores se revezam, nas parelhas que puxam a carroça, ora uns, ora outros, se encontram bufando na dianteira, debaixo das rédeas.

E assim se vai, num círculo fechado de um ciclo contínuo:  pensamento > sentimento > pensamento > sentimento ... sem que se tenha a noção, de que em algum momento, essa dinâmica pode ser mudada.  

Os sentimentos têm o poder de arrastarem pela emoção, mas os pensamentos têm o poder de convencerem pela razão.  Apesar de ambos desejarem seguir, muitas vezes, em direções opostas, devem se encontrar no meio desse caminho, emoção e razão devem seguir juntas a partir desse ponto, para o bem estar de todos, principalmente de quem é conduzido.

Existe todo um longo trabalho a ser feito, de conscientização do quanto cavalos e condutores são interdependentes e importantes no equilíbrio.

Com todos mais educados ao convívio pessoal e social - quando eu chegar onde cheguei - enfim ... eu poderei dizer: que cheguei onde queria, 'pra valer'.



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