PRA VALER __ 747
Os cavalos selvagens - os meus pensam ouentos - puxam a carroça que leva os sentimentos, porque eles ainda vivem, tanto uns quanto os outros, na época em que a tecnologia dos motores não chegou. E ainda bem, porque senão, estando de posse de um veículo motorizado, eu chegaria mais rapidamente ao precipício, perdendo a viagem.
Dessa forma - usando um transporte rudimentar, posso adestra-los, para que me levem aonde quero.
Terei mais tempo para domesticar cavalos e condutores. Antes que eu coloque, os até agora, irracionais cavalos, dentro do motor e os transforme em potência. Antes de acomodar os condutores em macios bancos de couro, juntamente comigo - a quem eles conduzem.
Condutores inaptos, podem fazer perder os cavalos e o próprio destino. Cavalos desembestados podem ferir aos condutores e a si próprios. Pensamentos afetam sentimentos, que por sua vez, alteram os pensamentos, que influenciam os sentimentos, em fluxo constante.
A bem da verdade, é que cavalos e condutores se revezam, nas parelhas que puxam a carroça, ora uns, ora outros, se encontram bufando na dianteira, debaixo das rédeas.
E assim se vai, num círculo fechado de um ciclo contínuo: pensamento > sentimento > pensamento > sentimento ... sem que se tenha a noção, de que em algum momento, essa dinâmica pode ser mudada.
Os sentimentos têm o poder de arrastarem pela emoção, mas os pensamentos têm o poder de convencerem pela razão. Apesar de ambos desejarem seguir, muitas vezes, em direções opostas, devem se encontrar no meio desse caminho, emoção e razão devem seguir juntas a partir desse ponto, para o bem estar de todos, principalmente de quem é conduzido.
Existe todo um longo trabalho a ser feito, de conscientização do quanto cavalos e condutores são interdependentes e importantes no equilíbrio.
Com todos mais educados ao convívio pessoal e social - quando eu chegar onde cheguei - enfim ... eu poderei dizer: que cheguei onde queria, 'pra valer'.
Nenhum comentário:
Postar um comentário