terça-feira, 26 de janeiro de 2016






Nos relacionamentos íntimos, os corpos de dor (*) têm muitas vezes a esperteza de se manterem discretos até as pessoas começarem a viverem juntas e, de preferência, com um contrato estabelecido, no qual se comprometem a permanecer uma com a outra para o resto das suas vidas. Não nos casamos apenas com a nossa esposa ou com o nosso marido, também nos casamos com o respetivo corpo de dor - e ele ou ela com o nosso.
Pode ser um grande choque quando, talvez pouco depois de começar a viver junto ou após a lua-de-mel, de repente o casal descobre que se registou uma mudança total na personalidade do seu cônjuge. A sua voz tem um tom áspero ou estridente quando nos acusa, nos culpa ou grita connosco, muitas vezes por causa de um assunto relativamente banal. Ou então torna-se completamente ausente.
Nesse momento, é provável que reflitamos sobre se este será o verdadeiro rosto do nosso cônjuge, que nunca víramos até então, e se teríamos cometido um erro terrível ao escolher esta pessoa. Claro que este não é o seu verdadeiro rosto, mas apenas o seu corpo de dor, que assumiu temporariamente o controlo sobre a pessoa. É muito difícil encontrar um companheiro ou uma companheira que não carregue um corpo de dor, mas talvez seja mais sensato optar por uma pessoa cujo corpo de dor não seja excessivamente denso.
(*) campo energético de emoções antigas
Eckhart Tolle (Um Novo Mundo, pág. 137)




Uma mãe ou um pai que se identifica com o seu papel também pode tentar sentir mais plenitude através dos seus filhos. A necessidade de o ego manipular os outros para preencher essa sensação contínua de vazio é então direcionada para os filhos. Se a maior parte dos pressupostos e das motivações inconscientes que subjazem à compulsão parental de manipular os filhos fosse consciencializada e verbalizada, provavelmente fariam parte dela algumas ou todas as seguintes expressões:
«Quero que chegues onde eu nunca cheguei; quero que sejas alguém no mundo, para eu poder ser alguém através de ti. Não me desiludas. Sacrifiquei-me tanto por ti. A minha reprovação do teu comportamento tem como intuito fazer-te sentir culpado e constrangido, para finalmente cederes aos meus desejos. Claro que nem é preciso dizer-te que eu sei o que é melhor para ti. Eu amo-te e continuarei a amar-te se fizeres o que eu sei que é melhor para ti.»
Quando ficamos conscientes destas motivações inconscientes, de imediato nos apercebemos de que são totalmente absurdas. O ego que se esconde por detrás delas passa a ser visível, assim como a sua disfunção.
Eckhart Tolle (Um Novo Mundo, pág. 86)




Não procure a felicidade. Se a procurar, não a encontrará, pois a busca é a antítese da felicidade. A felicidade é sempre esquiva, mas a libertação da infelicidade é atingível agora mesmo, se encarar as coisas como elas realmente são, em vez de inventar histórias sobre elas. A infelicidade encobre o seu estado natural de bem-estar e paz interior, a fonte da verdadeira felicidade.
Eckhart Tolle (Um Novo Mundo, pág. 84)

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