QUER TER SUCESSO?
DESISTA DE FAZER TUDO PERFEITO!
“As pessoas jogam fora o que elas poderiam ter, insistindo na perfeição, o que elas não podem ter, e olhando para ela onde nunca vão encontrá-la.” —Edith Schaeffer
Algumas pessoas estabelecem sistematicamente padrões de exigência pessoal altíssimos. Padrões esses que são, para todos os efeitos, praticamente impossíveis de atingir: são as chamadas perfeccionistas.
São pessoas que se esforçam compulsivamente e de forma persistente em busca de objetivos, e que avaliam o seu valor exclusivamente em termos de produtividade e de feitos alcançados.
Mas, se todos nós trabalhamos motivados por objetivos e ser produtivo é requisito de sucesso, o que há de errado, então, com os perfeccionistas?
Depende, pois existem dois tipos perfeccionismo: um saudável e o outro – como denominou a Psicologia nos anos 90 – neurótico.
O perfeccionismo saudável nos leva a trabalhar com esforço e dedicação para atingir os nossos melhores resultados. Isso até dá nas vistas e muitas pessoas são inclusive reconhecidas pela extrema exigência com elas próprias.
Mas, da mesma forma como o perfeccionismo produz grandes resultados ele também pode produzir paralisia.
Sim, paralisia: aquilo que nos impede de viver e de nos movermos em direção aos nossos desejos, simplesmente baseado no mito – ou em uma espécie de auto-imposição – de que tudo que fazemos precisa ser perfeito. Esperamos ter o tempo perfeito, as capacidades perfeitas, as circunstâncias perfeitas e fazermos o trabalho perfeito (Mas, quando é que algo está realmente perfeito?).
A verdade é que esse lado do perfeccionismo muitas vezes esconde uma rejeição enorme ao fracasso, um medo de que não correspondamos em algum requisito, a crença de que não podemos errar ou expectativas altas que não correspondem com a vida real. No fundo, uma dificuldade enorme de lidar com emoções dolorosas.
É esse o perfeccionismo que pode nos impedir de empreender algo porque julgamos ainda não ter as habilidades perfeitas. Não ousamos em um projeto porque só o faremos com a certeza do resultado perfeito. Procrastinamos até nas decisões mais básicas da nossa vida porque precisamos vislumbrar as circunstâncias perfeitas.
Se esse é o seu tipo de perfeccionismo, aqui vão 4 hábitos novos que podem ajudá-lo a lidar com os outros, que são destrutivos a paralisantes.
1 – Vá para o bom o suficiente
Com o objetivo da perfeição podemos nunca começar um projeto. Ou até mesmo nunca dar algo por concluído. Então esqueça a perfeição e vá para o “bom o suficiente”.
Isso não é usá-lo como desculpa para relaxar. Mas simplesmente perceber que existe algo chamado bom o suficiente e saber claramente quando você estiver lá. Isso será suficiente para começar algo ou para encerrar com o que você esteja fazendo.
O segredo é encontrar para si mesmo o ponto onde sabe que está a fazer um bom trabalho e não afrouxar, mas ao mesmo tempo não ficar perdido na tentativa de melhorar algo quando já não é mais necessário.
Como encontrar esse equilíbrio? Eu encontrei o meu próprio equilíbrio através de tentativa, erro e experiência.
2 – Defina expectativas realistas
Nós somos humanos; e ser humano significa ter limitações naturais. Significa errar, fracassar e estar sujeito aos diversos eventos sobre os quais não se tem absolutamente qualquer tipo de controle.
Os perfeccionistas atribuem o seu padrão de sucesso a um percurso sem falhas e rejeitam os limites e constrangimentos do mundo real.
Defina as suas expectativas baseando-se nos limites do que é alcançável para si. Sob o risco de viver constantemente atormentado pelos sentimentos de frustração e incapacidade.
3 – Aprenda caminhando
Muitos perfeccionistas acham que precisam saber de absolutamente tudo ou de ter todas as competências para, só assim, sentirem-se prontos para avançar em direção a algo.
Isso é um mito. Nunca estamos prontos – e nunca precisaremos estar. As habilidades desenvolvem-se a medida que vão sendo praticadas. Aprendizado em si significa experimento, vivência, adaptabilidade e capacidade de criar coisas novas – e isso se adquire caminhando.
De quanto conhecimento você precisa para começar?
Tome os padrões do contexto e seja bastante realista consigo próprio. Não caia na armadilha da busca excessiva por conhecimento. Lembre-se: quanto mais subimos mais podemos enxergar; mas isso pode nos ofuscar a vista ou desviar-nos completamente daquilo que era o nosso foco inicial. Isso pode também nos tornar ainda mais inseguros, uma vez que quanto mais aprendemos, mais descobrimos o quanto ainda temos por aprender.
4 – Perceba que um trabalho imperfeito concluído hoje é sempre superior ao trabalho perfeito adiado indefinidamente
Achar que devemos fazer algo perfeitamente nos leva a postergar o início disso porque temos sempre a sensação de que ainda falta “algo”; ou que isso precisa sair maravilhoso à primeira tentativa. E assim adiamos o começo indefinidamente.
Como se diz: “feito é melhor que perfeito”. Então, crie uma primeira versão, um esboço, um teste… Enfim, dê uma primeira faísca de vida à sua ideia. Veja como isso se sai na prática. E você poderá depois ir fazendo os ajustes necessários.
Se a dificuldade é achar que o projeto parece muito grande: fatie o elefante. Por exemplo, se tem que escrever um artigo com 1000 palavras, que tal começar por um com apenas 100?
Por último, permita-se ser humano!
Algumas dessas dicas são um desafio de implementar, mas elas são eficazes. Não duvide que isso acabe por gerar em si um enorme crescimento pessoal. Você vai se tornar mais forte, mais corajoso, mais orientado, mais relaxado, mais realista e com mais sucesso. Enfim, menos perfeccionista e muito mais feliz!
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