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GRAÇA E LIBERDADE

Os homens sempre invejaram os pássaros ... as asas que lhes permitem alçarem voo, de qualquer ponto a um outro que desejarem ... de chegarem às alturas dos céus ... de planarem sobre uma corrente de ar ou descreverem uma graciosa curva por entre as nuvens.    Imaginaram sempre, qual seria a sensação de estar lá no alto, sem sentir o próprio peso, avistando as coisas daqui da terra, tão pequenas e insignificantes, que nos parecem tão sérias e maiores do que nós, quando estamos presos ao chão.

Os homens inventaram algumas maneiras de voar, até mesmo, as que não têm a casca de metal, impedindo a emoção de liberdade.  Esses voos se dão, por sua conta e risco.

O que mais se aproxima, nos homens, das asas dos pássaros, são aquelas feitas da imaginação, que é preciso saber confeccionar, através das quais se pode fazer grandes viagens, sem avião ou qualquer engenhoca mecânica, criada pela nossa inteligência.

Cada vez que batemos nossas asas da imaginação, apesar de, invariavelmente, não voltarmos ao mesmo ponto, ainda estamos presos ao chão por uma âncora invisível, mas muito forte, que nos traz de volta.  Os homens voam, mas de uma maneira bem diferente, do voo feito com asas feitas de penas.  Voamos, mas nos falta graça e liberdade, atributos naturais dos pássaros.

17/02/21