PSI __ 106 __ MINHAS CONSIDERAÇÕES
O que os outros pensam sobre você reflete quem eles são, não quem você é
Os Sioux têm um provérbio muito interessante: “Antes de julgar uma pessoa, caminha três luas com seus sapatos”. Se referem ao fato de que julgar é muito fácil, entender o outro é um pouco mais difícil. Ser empático é muitíssimo mais complicado. E o julgamento só será justo se vivermos experiências iguais.
Entretanto, com frequência pretendemos que os outros nos entendam, que compreendam nossas decisões e as compartilhem, ou que, ao menos, nos apoiem. Quando não fazem o que queremos, nos sentimos mal, nos sentimos incompreendidos e até rejeitados.
É evidente que isso é difícil de aceitar, todos necessitamos que, em algumas situações, alguém acolha nossas emoções e decisões. É perfeitamente compreensível. Contudo, sujeitar nossa felicidade à aceitação dos demais ou tomar decisões com base no medo de que os outros não vão nos entender é um grande erro. Um grande e inominável erro.
Porque os que os outros pensam sobre você na realidade diz mais sobre eles do que sobre a sua pessoa. O que pensam reflete, com certeza, o que são eles, não quem é você.
Quando criticamos alguém sem usar a empatia de nos colocarmos em seu lugar e sem, ao menos, tentar compreender o ponto de vista do outro, na realidade expomos nossa forma de ser. Quando alguém diz ao mundo que você é uma má pessoa esta atitude revela que ela é insegura, tem um pensamento duro e cheio de estereótipos.
Quem critica o que não é, não compreendeu ou não quer aceitar
O mais certo é que por trás de uma crítica destrutiva quase sempre se esconde o desconhecimento ou a negação de si mesmo. Na verdade, muitas pessoas lhe criticam porque não compreendem suas decisões, não caminham com os seus sapatos, não conhecem a sua história e não entendem a verdadeira razão de ter escolhido o caminho que escolheu. Muitas pessoas ainda vão lhe criticar por desconhecimento mais profundo sobre o seu jeito e, sobretudo, por serem arrogantes e pensarem que são os donos absolutos da verdade.
Em outros casos, as pessoas lhe criticam porque veem refletidas em você certas características ou talentos que não querem reconhecer. O escritor francês Jules Renard afirmou com precisão:
“Nossa crítica consiste em reprovar nos outros as qualidades que cremos ter”.
Por exemplo, uma mulher que é maltratada pelo seu marido pode criticar duramente o divórcio. É uma forma de reafirmar sua posição. Diz a si mesma que deve seguir suportando essa situação. E o curioso é que quanto mais tóxica seja a crítica, mais forte se revela a negação dos seus sentimentos.
Na prática, em algumas ocasiões, a crítica destrutiva não é mais do que um mecanismo de defesa conhecido como projeção. Neste caso, a pessoa projeta nos outros os mesmos sentimentos, desejos ou impulsos que lhe são muito dolorosos. E com os quais não é capaz de conviver. De maneira que os percebe como algo estranho e que deve ser castigado.
Como sobreviver às críticas?
Ninguém gosta de ser criticado, principalmente se as críticas se transformam em duros ataques verbais. Infelizmente, nem sempre podemos evitar estas situações, mas devemos aprender a lidar com elas sem que as mesmas nos afetem em excesso.
Como faço para resolver isso? Aqui estão algumas estratégias diferentes, porém eficazes:
1.Coloque-se no lugar de quem lhe critica. A empatia é um poderoso antídoto contra a raiva. Não podemos ter raiva de alguém quando compreendemos como se sente. Por isso, da próxima vez que alguém lhe criticar, tente se pôr no seu lugar. Ainda que essa pessoa não seja capaz de se colocar no seu. Assim verá que é provável que se trate de alguém míope dos olhos da alma. Ou quem ainda não teve a sua experiência de vida e guarda muita amargura e ressentimento. Dessa forma, perceberá que não vale a pena se aborrecer pelas palavras ditas com raiva.
2.Entenda que é somente uma opinião, nada mais.O que os outros pensam sobre você é a realidade deles, não a sua realidade. Tais pessoas estão lhe julgando segundo as suas experiências, valores e critérios. Se tivessem caminhado com os seus sapatos, talvez andado pelos mesmos caminhos que você percorreu, é provável que pensariam diferente. Portanto, assume de vez que essas críticas, na realidade, são apenas opiniões jogadas ao vento, nem mais nem menos. E que são absolutamente tendenciosas. Por lado lado, você pode valorizá-las ...
se perceber que pode tirar proveito delas. Mas você pode, simplesmente, desprezá-las; jamais permita que as críticas arruínem o seu dia.
3.Devolve a crítica com graça. Quando se trata de críticas destrutivas o mais conveniente é fazer “ouvidos moucos”. E saiba que essa pessoa não está aberta ao diálogo. Pois se estivesse, em vez de julgar e atacar, mostraria uma atitude mais respeitosa e compreensiva. Não obstante, haverá casos em que seja necessário dar um basta na situação. Depois de tudo, quando tivermos que enfrentar males extremos, devemos recorrer a soluções mais incisivas. Nestes casos, responda sem se alterar e com frases breves que não deem motivos às réplicas. Por exemplo, você pode dizer: “Não pode dar opinião sobre coisas que você não conhece” ou “Creio que não entendeu e tampouco deseja viver em paz. Dessa forma, não aceito que me critique”. Não critique sem pensar antes.
“Em geral, os homens julgam mais pelos olhos do que pela inteligência, pois todos podem ver, mas poucos compreendem o que veem.”
... disse Maquiavel, séculos atrás. Podemos fazer nossa própria frase e, ainda assim, mantermos sua vigência:
“Criticar por criticar significa que temos a língua fora do cérebro”.
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106 __ MINHAS CONSIDERAÇÕES
Crítica em si, não é uma coisa ruim. Se for feita de maneira amorosa, numa linguagem não violenta, podemos até nos sentirmos gratos por ela, porque terá aberto nossos olhos para detalhes que desconhecíamos, terá sido então, construtiva.
A crítica, sobretudo a destrutiva é uma demonstração, de que quem critica, não sabe lidar com seus estereótipos e conceitos arraigados, dos quais se tornou refém.
Mostra-se uma pessoa incapaz de ser empática, de sair de seu lugar e por um instante, se colocar na condição do outro, com todos os pormenores que acompanham a situação.
A negação de seus próprios defeitos ou sentimentos, leva à crítica ao outro, pois reconhece nele impulsos ou características suas, das quais não gosta. Vê projetado no outro, o que merece ser castigado. Só reconheço algo, se já o conheço.
Sem dúvida na crítica, reprovamos o que nos incomoda, e o que nos incomoda é aquilo que temos em foco.
O crítico, julga-se dono da verdade - a sua verdade, que acredita ser a única possível. Sua reação a qualquer outro tipo de verdade, é sempre de forma arrogante.
Da próxima vez que receber uma crítica ácida, tenha em mente, de que quem critica é alguém inseguro, desconhecedor de seus instintos, que tenta se defender do que lhe é doloroso. Alguém 'míope dos olhos da alma'. Quanto mais acirrada e ofensiva for a crítica, mais amargura e ressentimento denota-se, extravasando do conteúdo emocional do emissor. Seja você empático, com alguém que não consegue ser.
Interpretamos os fatos de acordo com a nossa realidade, através de nossas próprias lentes, segundo nossas experiências, valores e critérios. Tal fato já é o suficiente, para sabermos que os julgamentos tendem a ser arbitrários e subjetivos.
Reagir às críticas requer muito cuidado. No caso de uma tentativa de revide à altura, é provável que não dê muito certo, é como tentar apagar um incêndio com gasolina, haverá réplicas.
A assertividade, com frases curtas, ditas calmamente, é a melhor saída.
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