Em todos os acidentes ou infortúnios existe uma possibilidade de redenção de que geralmente não nos apercebemos.

O tremendo choque de uma morte iminente e inesperada pode ter o efeito de forçar a consciência a abandonar completamente a sua identificação com o corpo. Nos últimos instantes antes da morte física, e à medida que se morre, sentimo-nos como sendo uma consciência liberta da forma. O medo desaparece de imediato, fica apenas a paz e a certeza de que "tudo está bem", de que a morte é apenas uma forma que desaparece. Então, e em última análise, a morte passa a ser entendida como sendo ilusória - tão ilusória quanto a forma exterior com a qual nos identificamos.

Eckhart Tolle (A Voz da Serenidade, pág. 117)