sexta-feira, 24 de julho de 2015



Um bebezinho nasce, e logo ele perceberá o quanto é bom receber a dedicação e o amor das pessoas. Em poucos dias ele passa a querer uma dedicação exclusiva, e chora quando não a recebe.Este bebezinho cresce. Muitas vezes, na infância, ele não tem o amor e a atenção que necessita. Outras vezes, cresce em um ambiente repressor, onde não lhe é permitido expressar os seus sentimentos, suas dores, suas fraquezas, seus medos, e até mesmo suas alegrias. Quando adolescente, ao iniciar suas escolhas, esta pessoa escolherá aquele cenário que lhe parece mais familiar, inconscientemente, para sentir-se segura. E lá estará o codependente a escolher alguém para se relacionar.
Alguém emocionalmente fechado, na grande maioria das vezes, dependentes químicos e alcoólatras, para que ele possa viver seguro. Como assim seguro? Mudança gera insegurança. Ele estará seguro num ambiente igual ao de sua infância, onde não pense em si mesmo, nem em seus sentimentos ou desejos, como foi ensinado desde criança. Abrindo mão de tudo, até mesmo de sua vida, para fazer o bem ao seu parceiro, e tentar ser ''merecedor'' do seu amor, do seu carinho, da sua atenção.
A autoestima do codependente é tão baixa que ele pensa que não pode ser amado ou aceito por ninguém, a não ser que ele faça alguma coisa para merecer isso.''Se eu fizer meu o marido deixar as drogas, ele me amará assim como a família dele e a minha, pois terei feito algo heroico, e merecerei o amor e a aceitação de todos. E mediante a anulação própria, trilhamos nossos caminhos na ânsia pela aceitação de terceiros. Nunca sabemos dizer não aos outros, mas esta é a palavra que mais dizemos a nós mesmos. Para os outros sempre é possível mais um pouquinho. Para nós, nunca há tempo, ou vontade, ou motivação.
Quem pensa que o amor é sempre algo bom, engana-se.
A codependencia é conhecida como o vício do amor. Você é tão dependente de amar, de dar-se, de fazer aos outros, que isso se torna altamente prejudicial e destrutivo. O amor pode ajudar o dependente químico em sua recuperação,mas, a codependencia somente adiará sua percepção da necessidade de se recuperar.
O pior de tudo é que por mais que o codependente faça, isso não é garantia de que ele receberá de volta o que espera: amor, carinho, dedicação, gratidão ou reconhecimento. E aí vem a grande frustração e o vazio, conhecidos desde a infância.
Por isso, a recuperação da codependencia, parece simples, mas, exige muito esforço para focar-se em si mesmo.
Egoísmo? Não! Amor próprio. Jesus falou para amarmos o próximo como a nós mesmos. O quanto você se ama é o referencial. Não é para amarmos a nós mesmos como ao próximo. Nós mesmos vem primeiro. Nunca se esqueça disso.

Livro: Amando um Dependente Químico- Dias de Dor

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