terça-feira, 24 de maio de 2022


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TÃO LOGO


O que fazer com o que teima em extravasar?  Algo que não podemos, nem sequer mencionar, embora os olhos estejam secos, o coração se conserva molhado.  Quando fazemos uma carreira solo, num caminho para dois ou numa música composta para ser entoada e apreciada em dueto e que conta apenas, com uma voz abafada e rouca? 

Ele vaza, ele chora, ele prossegue, ele murmura algumas notas, ele existe, insiste, resiste.  Talvez, se eu o engolisse ou matasse?  ...  Engolir? ... Já fiz isso e ele reapareceu na garganta, no estômago, em qualquer outro lugar! ... E se eu o matasse?  ... Logo, seria preciso matar a mim mesmo.



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