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UMA ESCALADA SOLITÁRIA
Todos estamos na subida, que por ser íngreme e imprevisível, requer esforço e inteligência, na tarefa árdua de galgar um a um, os degraus. Olhando-a de longe, até parece uma rampa, que sobe suavemente em direção às novas atmosferas, mais rarefeitas, porém mais claras, mas isso só acontece quando observamos a vida dos outros. No afã da nossa escalada, vamos conhecer de fato, seus obstáculos, sua inclinação, seus níveis de dificuldade e também as nossas limitações - o peso do nosso corpo mais o peso das pedras que carregamos, ladeira acima. É por essa razão, que eu a descrevo como sendo uma escada, uma escada com degraus, mas degraus assimétricos e em linha incerta, que exige de nós superação física e emocional.
Embora o caminho seja comum a todos, podendo parecer que estamos lado a lado com as pessoas, isso não é verdade, pois cada um está num ponto determinado, na sua própria trajetória - ela é solitária. Existem pedaços calmos e agradáveis, mas é natural, que uma pedra ou outra, escape das nossas mãos ou das nossas costas e role ladeira abaixo. É comum, alguma pedra que não é nossa, interferir na nossa subida, quando tentamos carregá-la no dorso. Uma outra, cai das mãos de quem está muito próximo de nós, seu peso se intensifica pela queda e a aceleração a faz mais danosa, quando nos atropela e retarda a nossa subida - é como se nos segurassem estacionários, num ponto qualquer. Há também aqueles que se oferecem para carregar uma parte do nossa carga. Tem de tudo.
A escalada é trabalho para uma vida inteira e outras mais. É um feito que requer de nós, a força, equilíbrio e determinação das cabras mais a mansidão dos carneiros.
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