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OS OLHOS NÃO PRECISAM VER
Meu olhar ficou naquela vitrine. Meu sentimento eternizou-se, na lembrança daquele momento inesquecível, marcante e que não se repetiu.
Não é preciso comprar, só apreciar as coisas bonitas, as novidades - gosto de estar por dentro do que se usa e do que ficou ultrapassado. De apreciar as coisas, eu as imagino, na minha casa, o que eu faria com elas, como eu as usaria ou se estariam mais para o gosto de alguém que conheço. De tudo o que vejo no presente, é inevitável que o estímulo, me remeta à uma lembrança e faça regurgitar toda a emoção vivida outrora, que vem se juntar à emoção atual. Ás vezes, de um passado não muito distante ... noutras, bem afastado, desenterra recordações semelhantes. É assim que reconhecemos sentimentos e como tudo o mais que nos acontece na vida - com o arsenal guardado na memória. Nenhum fato é inusitado, sempre há correlação com algo já sentido, talvez até esquecido, mas que sobe à tona e nos impacta de uma forma surpreendente, na impressão agradável ou não. Mesmo que a nossa consciência não dê conta disso, a memória celular é efetiva, em ressuscitar sensações, emoções e sentimentos. Todos os sentidos captam impressões e acordam as reminiscências.
Dizem que "o que olhos não veem, o coração não sente!" ... mas aqui nesse caso ... os olhos não precisam ver, para que o coração sinta, profundamente.
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