quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

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UM POUCO MAIS DE RAZÃO ... OU MENOS

23/12/20


Ele foi à frente, como cicerone orgulhoso, que conhece o caminho, destemido.  Fomos os dois, o coração e eu, às alamedas floridas, às praças verdejantes, deixei-me conduzir, mostrou-me as mais altas montanhas.  Num certo momento, pareceu, que os trilhos estavam tortos ou o próprio trem estaria avariado.  A viagem continuava, mas já mudada, aos solavancos, não era tão prazerosa, causando um certo medo, pois descíamos acelerados, por uma estrada estreita e perigosa.  Inocência nossa, de esperarmos um trajeto tranquilo, pois toda viagem, tem seus altos e baixos, variações de clima, imprevistos.

Nos perdemos, os dois, porque ele não conhecia o caminho, que era novo para ele também.  Nos deparamos em paisagens inóspitas e tristes, bem diferentes do começo, o que nos fez sentir profunda saudade dos trechos mais bonitos.  

Eu sei, que ele fez, exatamente aquilo que eu faria, se eu estivesse no comando, com um pouco mais de razão ou menos.  Foi escolha dele, tomar à frente; foi minha, quando decidi segui-lo.



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