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COMO NASCEM OS FILÓSOFOS
10/12/20
Dia desses, conversando com um amigo, de uma forma informal, nos pusemos a filosofar. Conversa boa, que preste ... é assim: dá resultado, se chega a um denominador comum.
O assunto, um tanto abstrato ... era sobre jogar pedras nos outros: sobre devolver as que nos jogaram e arremessar as de nossa própria pedreira.
A minha fala foi bem indeterminada: 'tem muita pedra sendo arremessada por aí'.
Esse amigo, confessou que andava com certo receio - de que apesar de guardar muitas pedras suas, numa sacola, não as estava usando todas - e começava a se achar 'um tanto mole' ... ainda acrescentou uma pérola: 'na vida não se pode ser tão duro que machuque a todos, e nem tão mole que um furação te quebre!'
Na sequência, eu disse: 'é difícil saber qual é o limite ... são as próprias situações que nos jogam de um lado pro outro ... quando a gente se vê num extremo, procuramos o equilíbrio, automaticamente, buscando o outro lado ... não tem como ser diferente ... experimentamos os dois polos.'
Então ele me disse: 'ou senta e chora, ou vai pra luta'.
Eu respondi: 'rindo e chorando ... indo pra trincheira e indo pro fronte'.
Eu acredito nisso - que como seres, que ainda precisam de limites extremos para nos mantermos no caminho do meio, vamos assim bambeando de um lado para o outro.
Agora, construindo a frase na primeira pessoa, eu me posiciono: por enquanto, ainda, eu não conheço outro método de me conservar na tentativa de fazer a coisa certa: não ferir a ninguém, nem me deixar ferir. Quem sabe um dia, eu consiga me utilizar de objetos mais leves ou de coisas mais inteligentes, argumentos mais amorosos e menos racionais.
Nesse meu estágio de evolução, as pedras ainda me são muito úteis.
arte | brendda lima
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