811 | DESUMANA | 29/10/18
Sabia que naquele dia, seria preciso pegar no
tranco, porque a minha disposição tinha zerado, há umas 36 horas, pelo
menos. A semana ainda não acabara, mas eu sim. Eu estava tão
preguiçosa quanto o sol.
Subi a ladeira bem devagar, respirando fundo, usando até a última porção de ar, para chegar até o ponto de ônibus, que não demorou a passar. Não por estar ofegante, mas por falta de pernas, que se mostravam pesadas e não queriam responder ao meu comando, foi difícil chegar ao topo.
O verde-vegetação era a cor mais rara de se ver, exceto pela roupa das pessoas, que decidiram vestirem-se com ela.
Já à caminho do meu destino, vi o pinheiro, ao fundo da marmoraria - inatingido pela fúria do homem, cuja indecência deixou sobrar, sozinho.
Para cada animal silvestre comercializado, dez morrem. Quantas espécies ao lado do pinheiro teriam morrido, para que ele fosse poupado? Tal ato, teria sido por bondade, descuido ou capricho?
Conhecendo a índole humana, afirmo que por seu extremo capricho e egoísmo! Pelo fato de ser imponente e exótico - tinha sobrevivido à fúria desumana.
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