538 | SEMENTES E ESCOLHAS | 12/10/17
Houve um tempo em que eu
via flores onde elas não existiam.
Hoje, eu valorizo a
semeadura e o meu tempo de colheita, pois é preciso um solo capaz de acolher as
sementes e acobertar-lhes o milagre da transformação.
Porque há terrenos
áridos que sequer farão germinar uma semente, antes que se corrija suas
deficiências de solo, remexa a sua terra e que sejam devidamente aguados.
Como não tenho meios de
adubá-los, remexê-los e fazer chover sobre eles, eu as guardo.
Persistir no cultivo
desses locais é desperdício das próprias sementes, do meu tempo e do meu empenho
sob sol escaldante.
Eu abri mão dos jardins imaginários em favor dos possíveis.
arte | seraphina
blonskaya
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