segunda-feira, 26 de novembro de 2018

PSI __ 114 __ DESENVOLVIMENTO DO APEGO






Apego é o vínculo afetivo, um mecanismo de sobrevivência, estabelecido pelo bebê com a sua figura de referência, a mesma que lhe oferece cuidados físicos, lhe proporcionando segurança e proteção.  Esse laço de afeição, poderia ser considerado como o nosso sistema de imunidade psicológica.



"As crianças já nascem biologicamente programadas para formarem vínculos com os demais, com o objetivo de sobreviverem."
__ John Bowlby | psiquiatra e psicanalista


Nessa linha de raciocínio, ele acredita que todos os comportamentos manifestados na formação e manutenção desse vínculo, são instintivos, e de algum modo nos influenciará em todos os  relacionamentos, por toda a nossa vida.


"Dizem que o amor é cego.  Mas será que ele é mesmo?  Na verdade, não há nada no mundo tão claro como o amor.  O que é cego não é o amor, é o apego."
__ Anthony De Mello


As quatro fases da criação desse vínculo, segundo o modelo evolutivo de  Bowly, são evidentes nas relações entre mães e filhos, entre um cuidador principal e a criança, em outras situações.  


Fase do pré-apego:  nas 6 primeiras semanas de vida, o bebê não demonstra preferência por ninguém em particular, que lhe ofereça conforto.  Através de comportamentos inatos, consegue atrair atenção dos adultos. Ele responde aos estímulos externos e busca contato físico.  O reconhecimento materno ainda é muito rudimentar, mas ao final dessa fase, já apresenta progressos.

Fase de formação:  vai até os 8 meses aproximadamente, ao ver-se separado dos demais, apresenta ansiedade, mas ainda não é capaz de identificar a falta materna, de uma maneira específica.  No final dessa fase, começa a responder mais claramente à figura materna.

Fase de apego:  aproximadamente aos 2 anos de idade,  a criança chega à fase do apego, propriamente dito.  Se sente mal com a separação da mãe, podendo até rejeitar fisicamente, à outras pessoas.  Tal separação é entendida como uma ameaça à sua sobrevivência, o que pode gerar uma certa ansiedade.

Fase de relações recíprocas:  depois dos 2 aninhos, já entende que a ausência da mãe não é definitiva, pode até acalmar-se sozinha.  Nessa fase, aparece a linguagem, e começa a elaborar representações mentais de sua mãe, entendendo a sua saída, prevendo o seu retorno e se familiariza com a dinâmica do lar.  Costuma até a chorar menos na sua ausência.


Superadas todas as fases, a contento, a criança aprende que mesmo sua mãe não estando tão próxima, ela lhe responderá ao chamado, porque criou-se uma relação sólida entre as partes.  





Nenhum comentário:

Postar um comentário