Apego é o vínculo afetivo, um mecanismo de sobrevivência, estabelecido pelo bebê com a sua figura de referência, a mesma que lhe oferece cuidados físicos, lhe proporcionando segurança e proteção. Esse laço de afeição, poderia ser considerado como o nosso sistema de imunidade psicológica.
"As crianças já nascem biologicamente programadas para formarem vínculos com os demais, com o objetivo de sobreviverem."
__ John Bowlby | psiquiatra e psicanalista
Nessa linha de raciocínio, ele acredita que todos os comportamentos manifestados na formação e manutenção desse vínculo, são instintivos, e de algum modo nos influenciará em todos os relacionamentos, por toda a nossa vida.
"Dizem que o amor é cego. Mas será que ele é mesmo? Na verdade, não há nada no mundo tão claro como o amor. O que é cego não é o amor, é o apego."
__ Anthony De Mello
As quatro fases da criação desse vínculo, segundo o modelo evolutivo de Bowly, são evidentes nas relações entre mães e filhos, entre um cuidador principal e a criança, em outras situações.
Fase do pré-apego: nas 6 primeiras semanas de vida, o bebê não demonstra preferência por ninguém em particular, que lhe ofereça conforto. Através de comportamentos inatos, consegue atrair atenção dos adultos. Ele responde aos estímulos externos e busca contato físico. O reconhecimento materno ainda é muito rudimentar, mas ao final dessa fase, já apresenta progressos.
Fase de formação: vai até os 8 meses aproximadamente, ao ver-se separado dos demais, apresenta ansiedade, mas ainda não é capaz de identificar a falta materna, de uma maneira específica. No final dessa fase, começa a responder mais claramente à figura materna.
Fase de apego: aproximadamente aos 2 anos de idade, a criança chega à fase do apego, propriamente dito. Se sente mal com a separação da mãe, podendo até rejeitar fisicamente, à outras pessoas. Tal separação é entendida como uma ameaça à sua sobrevivência, o que pode gerar uma certa ansiedade.
Fase de relações recíprocas: depois dos 2 aninhos, já entende que a ausência da mãe não é definitiva, pode até acalmar-se sozinha. Nessa fase, aparece a linguagem, e começa a elaborar representações mentais de sua mãe, entendendo a sua saída, prevendo o seu retorno e se familiariza com a dinâmica do lar. Costuma até a chorar menos na sua ausência.
Superadas todas as fases, a contento, a criança aprende que mesmo sua mãe não estando tão próxima, ela lhe responderá ao chamado, porque criou-se uma relação sólida entre as partes.
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