SEMPRE DENTRO __ 711
Quando criança, eu via as torres das
igrejas e as pontas das chaminés das fábricas espetarem o céu. Às vezes
eu também achava, que as árvores mais altas, podiam fura-lo.
Pensava que por lá ficava a pipa
perdida, os balões coloridos. As aves, eu sabia que subiam e desciam em
qualquer lugar, os aviões também, não podiam ficar muito tempo voando.
Hoje, são as torres dos prédios, que espetam os céus - arranha-céus, termo que
nem se usa quase.
As poucas chaminés que restaram da infância, compensam a sua quantidade
diminuída, soltando a fumaça contínua, que pode não ser vista, mas suja o
azul., formando um borrão de cor indefinida. Seus esgotos, despejam em
secreto, tudo o que sobra das suas máquinas, nas águas dos rios que chegam ao
mar e ao oceano profundo.
Quanta inocência - a minha, ao achar que as torres furavam o céu com suas
cruzes, as chaminés encostavam nas nuvens com suas bocas!
Hoje fazemos muito mais, causamos tantos danos, que nem se sabe se um dia
poderemos reverter os danos causados ao planeta.
Fora ou dentro, é sempre dentro!
Nenhum comentário:
Postar um comentário