segunda-feira, 25 de junho de 2018


 PRIMEIRA CASA  __ 717




Meus pés pisam no hoje, mas a cabeça vai à frente de um corpo sem coração, porque ele ficou preso lá trás. Pensamento e sentimento, andam em velocidades diferentes, se encontram presos por alguns fios ao resto do corpo,  são duas partes de mim mesma, que precisam andar juntas com meus pés ... e enquanto não acontecer, estarei partida, incoerente, desalinhada, desencaixada. Submeto-me ao exercício, de puxar a cabeça para acima do tronco e de trazer o coração para onde é seu lugar.  Não é bem a força física que pode fazê-lo, e sim uma outra, bem mais custosa.

Vou deixar a  porta aberta, a poesia escrita, o café feito, a mesa posta e a cama perfumada.  Fica alguma poeira pelo chão e sobre os móveis,  nada em que se tropece, porque o que não mata, fortalece.  Fiz o meu melhor, seja reconhecida ou não - a dedicação.  Foi-se o tempo em que busquei perfeição.

Gastei um bom tempo me arrumando, porque o corpo é a minha primeira casa.  Vou me sentar bem confortável, na sala de estar, curtindo a tranquilidade de uma consciência tranquila.


Nenhum comentário:

Postar um comentário