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COMO SE NADA FOSSE
Fazes parecer que estou louco, andando por aí a esmo, sem olhar onde piso, com a cabeça nas nuvens e os pés atolados no buraco. Ando passando atestado de demência precoce, daquele que leva a garganta até a lâmina e entrega a cabeça numa bandeja de prata. Encontro-me exposto em vitrine de liquidação, a preço insignificante.
E tu? ... andas leve! ... e sem um único suspiro de remorsos, passas à minha frente em pisadas lentas e confiantes, de quem nada deve! Desfilas perfumada, como que desinteressada e casual, em vestidos floridos e cabelos esvoaçantes, pretextando inocência nos teus trejeitos ... mas inocente? ... é o que não és! Tua boca mente! ... os sinceros, são teus olhos, corajosos e honestos de dizerem-me a verdade ... de me quererem amar ou de me fazerem perder!
Ai de mim, que fico entre o 'querer ouvir' e o que não ouço; entre o 'não querer ver' e o que vejo. Tão forte por fora e tão fraco diante de ti. É isso que me faz louco ... meus sentidos talvez me enganem ... e tu(?) ... sem nenhuma consciência da minha perdição ... segues como se nada fosse!
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