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POR ASSIM DIZER
17/11/20
Ninguém saberá se o poeta mente
ninguém poderá dizer, até onde sente!
Só dirá que ele entende, como entende:
o sentimento que se distende
o músculo que se aperta
a dor que desconcerta.
Só se sabe, que ele sabe ...
(quanta coisa, num verso cabe)
... e ainda, que não lhe doa
traz à luz, a alheia nódoa!
Deixo aqui, uma questão, talvez irrespondível e irrefutável. Se todo artista, quando escreve, pinta ou desenha, faz canção ou esculpe, ou por qualquer outra forma de expressar-se, diz ao mundo o que sente, através de sua arte - se ele vive o que sente, ou se ele é tão maluco, a ponto de vivê-lo pelos sentimentos, sem de fato, viver o fato em si.
Não é preciso que respondam. É mesmo um pergunta retórica, redundante e estúpida, porque, em sã consciência, ninguém deveria escolher, sofrer por algo, que não lhe diz respeito!
Mas o artista tem, um sistema imunológico emocional sensível, munido de uma antena ou dispositivo escondido, que capta e reproduz, quase com total fidelidade, a tudo. Pobre dele, à medida que se aproxima do que é 'humano' no ser, se torna capaz de entrar em sintonia com outras vibrações, tanto de alegria, como de dor, quanto a isso não oferece barreiras. Esse é o encanto, ele se faz apto a traduzir, o que para as pessoas leigas nas artes, talvez não seja possível. Em suma, ele vive as suas e as alheias - alegrias e tristezas.
De uma certa forma, percebam, que não coloquei aqui, nenhum ponto de interrogação, porque não são propriamente interrogações ... são perguntas, que se auto respondem, por assim dizer.
Fico sem entender, como alguém que nem me conhece, possa definir tão bem o que sinto, se nem eu mesma fui capaz disso!
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