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SILÊNCIO GRITANTE
16/11/20
Escondido, nas dobras do silêncio, deixei que ficassem as lembranças, que guardo só para mim. Junto delas estão, os diálogos gritantes, retardatários e certeiros, devidos a cada situação mal resolvida - não verbalizados - porque não 'saíram' a tempo, por conta da mudez: por falta de palavras no momento ou por insegurança de minha parte. Quase tenho saudade, do tempo ingênuo da ilusão. Às vezes, confesso, que sinto uma profunda necessidade, de me ver cercada pelo mesmo bem estar, que a ilusão causava, do sentimento de esperança e certeza, preenchendo as lacunas mais incertas e mais fundas, inspirando em minhas narinas coragem e força.
Agora, não há mais nada, que eu possa jogar dentro desses buracos, para que se encham e não drenem o meu tempo e inteligência, em conjecturas dispensáveis e tardias - quando ocasionalmente - sou sugada para dentro deles. É quase que um esforço hercúleo, que eu preciso despender para manter-me acima da linha da consciência, em reconhecer o quanto são perigosos, que podem sequestrar, por um bom tempo, a minha serenidade - conservando-me refém de uma realidade insana.
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