sábado, 14 de novembro de 2020



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A TRAMA E OS CÍRCULOS

14/11/20


Haverá sempre, algo a ser dito.  E mesmo, que o que eu diga, não seja novo, estarei re_dizendo a mim mesma, aquilo que preciso ouvir constantemente, sob pena de me esquecer de tê-lo dito.  

Enquanto houver raciocínio e formas de me expressar, estarei eu, a provocar redundâncias, porém, pretendo me manter longe do proselitismo, pois respeito opiniões alheias.  Com a intenção de esmiuçar as minhas, até que se tornem totalmente inteligíveis (a mim mesma) - até apurar as ideias, alinhá-las com os sentimentos, serei um tanto enfadonha, escrevendo em círculos e levando ao leitor, a ler em círculos, também.  Se quando falamos, somos os primeiros a escutar ... quando escrevo, posso garantir-lhes, que sou a primeira pessoa a ler.

Existe um faniquito que me acomete, a qualquer hora, sem respeito ou consideração.  Ele me tira da situação em que estou, para botar foco num assunto ou pensamento, que surge disforme e capenga, em busca desesperada, por ser aprimorado e apresentado com sentido e conteúdo, como se fosse uma necessidade sua, de sobreviver ao esquecimento ou à desimportância. Acho que ele teme, que se escape da minha memória, de que eu não me lembre de tê-lo pensado. 

Entro numa rememoração, do que me é imprescindível - e que a todo momento, é preciso ... me seja re_revelado ... para que nunca me fuja o 'óbvio' ou que não passe despercebido qualquer descobrimento mais atual; porque prefiro correr o risco de ser repetitiva, do que me tornar omissa.  Prefiro pecar pelo excesso, a me abstrair na falta. 

Como tudo tem um limite, vou parar por aqui, por hoje é só, tenho medo de me enrolar na trama, de não achar a saída e me tornar prisioneira, do emaranhado que eu mesma criei, quando eu só busquei ser mais explícita, comigo mesma.


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