sexta-feira, 30 de outubro de 2020









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UM OLHAR SOBRE O COMPORTAMENTO HUMANO

ERRO DE ARREDONDAMENTO

30/10/20


Vi essa frase num filme, em que uma mulher, diz à filha, ter cometido um 'erro de arredondamento'.  Mais especificamente, o contesto falava sobre a decepção de uma mulher, em relação a um homem, que não reconheceu a filha de ambos e as abandonou.

Em álgebra, aprendemos a somar grandezas de natureza idêntica.  Transferimos  esse cálculo matemático pra vida, com a tendência de nossa parte, a somarmos as notas que damos, ao preenchimento das necessidades que temos, das mais prementes, às mais superficiais - com o fim de obtermos resultados favoráveis à nossa felicidade.

Salvo a nossa carência pessoal, que pode, nos fazer ter uma noção equivocada em quantificar e qualificar, esse atendimento ... é preciso admitir, que necessidades são coisa legítima, humana e como já deixa bem claro ... 'necessária' ao nosso bem estar e crescimento.  O ser humano só se desenvolve a contento, num ambiente acolhedor e seguro.

Dei a volta ao mundo, pra chegar no que realmente quero dizer, quando falo sobre 'erro de arredondamento'.  Isso mesmo, um erro, que podemos cometer em nossas vidas. 

Ao somar 0,6 com 0,4 ... não terei, necessariamente, 1 como resultado final.  Será preciso, que os valores sejam todos de mesma natureza, do contrário não posso somá-los. 

Tentando ser mais clara, sem na verdade ter a certeza de ser - eu digo, que muitas vezes, somamos 0,6 de uma necessidade física saciada, com 0,4 de uma necessidade emocional atendida.  Desse cálculo nunca obteremos o número 1, pois nenhuma das duas necessidades foi atendida plenamente.

O erro de arredondamento está, em consideramos 0,6, como próximo de 1, no quesito físico;  0,4 próximo de metade, no quesito emocional ... e querermos juntar os dois valores, como necessidade totalmente atendida.

Se passamos fome, frio, é provável que 0,6, seja um bom resultado, pra nossa necessidade física.  Se estivemos acostumados, a obter pouco retorno emocional, 0,4 pode ser um número aceitável.  Podemos confundir necessidade física com necessidade emocional, ou necessidade emocional com física.  O valor 0,6 nunca será '1' ... e cada uma das necessidades tem um compartimento próprio, a ser atendido e preenchido,  chame a isso de gaveta, caixa, saco ou qualquer outra coisa.

Lembrando que, de acordo com as nossas carências, podemos não estar atribuindo à nossa satisfação, valores que correspondam à oferta disponível, ou seja, que as carências podem nos fazer muito exigentes ou nos contentarmos com muito pouco - nos transformando em mendigos.

Resumo da ópera: nunca arredonde pra cima, um valor que não corresponda realmente, ao que ele lhe oferece ... que em virtude disso, lhe faça arcar com o custo da defasagem, de uma necessidade não atendida em sua totalidade.






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