73
UM OLHAR SOBRE O COMPORTAMENTO HUMANO
OS DOIS ALFABETOS
12/10/20
Quando nascemos, desconhecemos qualquer um. Aprendemos primeiro, os sons, imitando os adultos, na ânsia de nos comunicarmos com o mundo à nossa volta, balbuciamos as palavras, e aos poucos alcançamos o domínio da linguagem.
Junto com as palavras, aprendemos também, os sinais que as acompanham, de emoções, sentimentos - a forma como falar - para obtermos o que desejamos. Isso também se dá por imitação, desde cedo, somos manipulados e aprendemos a manipular, de acordo com o objetivo que queremos atingir.
Mais tarde, mais crescidos, vamos à escola, para sermos alfabetizados, mas a comunicação já foi estabelecida há muito tempo, de acordo com o meio e as vivências que tivemos. É na escola que temos o contato com o alfabeto que nos permite escrever e ler, a linguagem, a qual já fomos apresentados, em termos das 'palavras' que usamos. .
Qualquer correção, com relação a troca de letras, ou equivoco na linguagem usada, em representação gráfica ou de fonemas, tem a chance de ser corrigida, na alfabetização escolar.
O mesmo, não podemos dizer, a respeito do alfabeto emocional, que tende a permanecer idêntico, aquele que aprendemos, desde as primeiras interações com nossos familiares. A 'forma' como nos expressamos - como dizemos as palavras - obedece à uma formatação apreendida, por observação, segundo o que presenciamos desde tenra idade, com tendência a ser repetida.
Vemos por experiência, que certos comportamentos abusivos, doentios e insanos, estragam e até inviabilizam os relacionamentos. Tudo porque, não existe escola que ensine o alfabeto emocional, e ao contrário da linguagem falada por sons - a linguagem gestual e comportamental - não é passível de ser corrigida. Só depois de muitas perdas e distúrbios instalados, é que a pessoa se apercebe, de quanto está equivocada, quanto à maneira de se relacionar, que engloba manipulação, controle, imposição, comparação ... e desqualificação, intimidação, retaliação, quando tudo isso não surte efeito desejado. Tais práticas são danosas, nem sempre funcionam e frustram as expectativas de construir um relacionamento saudável.
Corrigir dinâmicas tóxicas, é algo que requer um certo grau de inteligência, pois é preciso, que se reconheça as perdas, em primeiro lugar. Outros requisitos necessários - vontade e coragem - para remexer velhos padrões e nem sempre encontrar coisas gostosas de serem 'vistas' ou 'cheiradas'.
Sobretudo é necessário, muita determinação, para modificar o que já se encontra cristalizado em nós; e humildade, para admitir, que estivemos equivocados até agora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário