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AREIA, VENTOS E TEMPO
11/08/20
O mundo não parou de girar, tampouco o tempo se esqueceu de passar. O mundo não acabou e o tempo, ah esse carrasco! ... não se deixa enganar, está a secar as maçãs do rosto, a afrouxar a pele, a nos secar por dentro.
Eu quase sinto pulsar em mim, o abandono, a angústia de estar perdido, em meio as areias fustigantes e às temperaturas oscilantes. Nada me protege do calor do sol, que resseca meus lábios; nada me aquece, enquanto é escuro.
Os grãos que batem com força, sobre a minha pele desprotegida, a tornam quase inerte. Só me resta uma pequena e fraca impressão, de que ainda resisto ao rigor do deserto.
Tantos passos serão apagados, quantos eu der, pela inclemência dos ventos. Ficarei sem saber, o quanto ainda me resta da travessia, a ser feita. Quando olho para trás, já não existem mais, as pegadas, o quanto já caminhei.
Tudo o que peço é um gole de água, um abrigo sob o sol escaldante e um corpo quente, quando a noite vier.
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