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DO ÚLTIMO AO PRIMEIRO
06/08/20
Eu amei demais, muito mais do que a mim mesma - esse, o primeiro erro. Eu me deixei conduzir por caminhos inusitados, que me levaram a lugares pequenos, nos quais eu não cabia. Fui me livrando de alguns pedacinhos, deixados à margem e me afastando, cada vez, para mais longe de mim.
Foi como assistir a um filme, contado em muitos episódios, que em determinado momento, o enredo descamba. Já não me causa a mesma empolgação, sem cumplicidade e conexão com os personagens, dá para perceber, que se desenrola numa nítida intenção, de 'cozinhar' a minha atenção, como expectadora.
É quando a trama perdeu o encanto de uma história verossímil, aos poucos foi diminuindo o meu envolvimento e a minha fidelidade - tornando-se desinteressante.
Passei, a viver para fora, mas agora não há mais - 'fora' ... e 'dentro', já não há vida!
Tristemente, obrigo-me a fazer o caminho de volta, recolhendo meus pedacinhos e quando os tiver - todos, do último perdido, até o primeiro - faço um mosaico com eles ... e só desse jeito, é que saberei, se estou inteira.
arte | agnes cecile
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