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01/08/20
"naquela terra, eu literalmente nunca pisei, fui carregada de colo."
Talvez, ela só quisesse falar das dores de todas as 'marias', 'teresas' e 'antônias'; mas acabou falando das dores de todos os 'joões', 'paulos' e 'pedros'.
Quando Clarice falava de 'clarice', falava sobretudo de Chaya, que havia ficado na Ucrânia, para que Clarice, pudesse aqui florescer.
Nascera munida de um agente transformador. Amante das palavras e conhecedora da importância delas, fora a porta voz da humanidade, isenta de gênero, cor ou crença.
Levantara bandeiras, gritara frases, ideias inteiras, seus escritos são testemunhos vívidos, deixados à posteridade, filhos nascidos da transpiração de sua alma, frutos belos em seu azedume e amargor, que esperam o tempo, para se tornarem doces.
Ao expor suas feridas, sem o saber, permitiu que muitos reconhecessem suas próprias dores e buscassem a cura.
Ao gritar suas incertezas, fez com que outros tantos, encontrassem suas próprias respostas.
Para sempre Lispector!
Homenagem à Clarice, Lispector
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