sábado, 1 de agosto de 2020

1191

DO JARDIM DE CLARICE
01/08/20




"naquela terra, eu literalmente nunca pisei, fui carregada de colo."


Talvez, ela só quisesse falar das dores de todas as 'marias', 'teresas' e 'antônias'; mas acabou falando das dores de todos os 'joões', 'paulos' e 'pedros'.

Quando Clarice falava de 'clarice', falava sobretudo de Chaya, que havia ficado na Ucrânia, para que Clarice, pudesse aqui florescer.

Nascera munida de um agente transformador.  Amante das palavras e conhecedora da importância delas, fora a porta voz da humanidade, isenta de gênero, cor ou crença.

Levantara bandeiras, gritara frases, ideias inteiras, seus escritos são testemunhos vívidos, deixados à posteridade, filhos nascidos da transpiração de sua alma, frutos belos em seu azedume e amargor, que esperam o tempo, para se tornarem doces.

Ao expor suas feridas, sem o saber, permitiu que muitos reconhecessem suas próprias dores e buscassem  a cura.

Ao gritar suas incertezas, fez com que outros tantos, encontrassem suas próprias respostas.

Para sempre Lispector!



Homenagem à Clarice, Lispector

Nenhum comentário:

Postar um comentário