quinta-feira, 8 de junho de 2017



PSI ___________________ 43 - Minhas considerações


Empatia, a leitura emocional de nosso cérebro








A empatia é a habilidade de nosso cérebro emocional para ler ou perceber sentimentos e pensamentos das outras pessoas. Desenvolvê-la nos permite experimentar as emoções dos outros como se fossem nossas, compreender seu psiquismo e garantir o apoio ou a atitude de que a pessoa precisa.
Não é fácil desenhar um mapa em que apareçam corretamente identificadas as emoções próprias e as alheias, mas o esforço quando conseguimos vale a pena. Se temos sucesso, teremos uma excelente referência que influenciará de maneira positiva o tipo de vínculo que estabelecemos, porque seremos capazes de estender a mão e seremos capazes de experimentar alegrias a partir disso.
Porque conseguir nos colocar na pele de outra pessoa que está triste, por exemplo, é uma maravilhosa habilidade que nos ajuda a nos mover pelo mundo acompanhados de uma valiosa e inteligente capacidade emocional.
Ao contrário do que pode parecer, tendo em conta que o termo caiu já na linguagem comum, não é simples alcançar nem conseguir desenvolver a empatia. Não obstante, a nosso favor há o fato de que somos seres emocionais que aprendemos a pensar, não máquinas pensantes que aprendemos a sentir. Ainda que muitos tenham se esquecido disso…


“Os verdadeiros espectadores empáticos podem escutar até mesmo o que se diz em silêncio. O mais importante na comunicação é ouvir o que está além do que está sendo dito.”
-Peter F. Druncker-




O aprendizado emocional, a base do desenvolvimento da empatia

Nossos primeiros contatos emocionais nos ensinam o que é e o que não é positivo no mundo dos sentimentos e das emoções. Assim, nosso aprendizado empático tem por si mesmo várias premissas:
  • O primeiro aprendizado empático se baseia no fato de que temos que colocar empenho para ter sucesso em perceber as emoções dos outros. Ou seja, temos que nos sintonizar com os sentimentos e emoções alheias para favorecer a compreensão de seu mundo interior.
  • O segundo aprendizado é que ter atitudes empáticas não implica de modo nenhum adotar 100% a perspectiva alheia, mas sim saber que é possível ver o mundo com outros olhos, o que nos ajuda a compreender o porquê de uma pessoa agir de certa forma.
  • A compreensão empática contém em si mesma uma resposta emocional para a pessoa em questão, que é compreender os motivos que levam a certos sentimentos e ações dentro do modo de ser de cada um.
  • Além disso, temos que entender que não vale apenas perceber e compreender o que o outro sente, mas devemos também saber transmitir para os outros que estão sendo compreendidos, desse modo o circuito se fecha e os benefícios de ser empático aparecem.
Ou seja, trata-se de coordenar atitudes a nível cognitivo, comportamental e sentimental. Além disso é importante diferenciar entre empatia e simpatia, pois ainda que através da simpatia consigamos perceber os sentimentos alheios, ela não permite que nós compreendamos os mesmos.


A empatia supõe compreender e experimentar os estados emocionais dos outros como se fossem nossos. A sensibilidade para captar as mensagens não verbais é algo que deve ser praticado do mesmo modo como praticamos equações matemáticas ou análises sintáticas.



Empatia, leitura emocional dentro de nosso cérebro

Com boa disposição podemos alcançar o clima emocional que nos permite atingir essa sintonia e decifrar desejos, anseios, mensagens profundamente enterradas, necessidades, etc. Todo esse processo maravilhoso que às vezes pode parecer quase mágico se desenvolve em nosso cérebro, o qual realiza habilmente uma intensa leitura emocional.
A questão seguinte a responder é, inevitavelmente, como fazer isso. Por sorte nossa a ciência vem tendo respostas e está conseguindo localizar diversas zonas cerebrais nas quais reside nossa capacidade emocional. Vejamos algumas das descobertas:
  • Um dos achados mais importantes da neurociência foi o dos neurônios espelho, os quais se encontram presentes em nossos circuitos emocionais. Essas são as células cerebrais que cumprem a missão de refletir em nosso cérebro aquilo que estamos observando (além disso, é muito conhecido o efeito que causa em nós ao vermos uma pessoa bocejando e bocejarmos também)
  • O sistema límbico é a base de nosso cérebro emocional. Essa zona cerebral é funcional desde que nascemos e até mesmo antes disso, dentro do ventre materno. Engloba o lóbulo temporal, a amígdala, o hipocampo e a zona orbito frontal. Essa última funciona como uma estação de repetição, pois percebe e transmite informação ao resto do corpo sobre o estado anímico próprio e alheio.
  • O lóbulo frontal é nosso cérebro executivo. Essa parte de nosso cérebro se encarrega de modular e de gerenciar as emoções do sistema límbico para que possamos encará-las no ambiente que nos rodeia. Ou seja, permite que sejamos seres funcionais da sociedade, e nos torna capazes de agir corretamente de acordo com as normais sociais, assim como de sermos reflexivos com nossos sentimentos e ações.
  • Os hemisférios cerebrais. Em termos gerais, podemos afirmar que nosso hemisfério esquerdo domina a capacidade de refletir sobre as emoções, enquanto no hemisfério direito o sistema límbico tem mais peso.
Ainda a nível individual, as diferenças cerebrais podem chegar a ser imensas. Encontrou-se que nos homens predomina, por exemplo, uma atividade cerebral executiva em detrimento das emoções, enquanto nas mulheres o sistema límbico acabou se tornando mais importante. Isso vai de encontro a crenças populares de que o mundo feminino tende a ser mais emocional, com a consequência das mulheres terem geralmente uma capacidade empática maior.
Seja como for, a empatia pode ser desenvolvida tanto por homens quanto por mulheres da mesma maneira. É importante, portanto, que alfabetizemos nosso cérebro emocional e que nos esforcemos para olhar o mundo a partir dos olhos dos outros. A viagem é maravilhosa.








__________________ 43 - Minhas considerações

Para o bom entendedor - meia palavra basta, ou nenhuma até, para o mau entendedor - nem mil palavras explicam.
Se colocar no lugar do outro, beira muitas vezes à compaixão, porque é preciso sair de si e de seus preceitos, para poder 'vislumbrar' uma situação, sobre a qual nada se sabe.


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