ENTRE O NASCER E MORRER ___________________________ 475
Tudo
dói.
Nascer,
crescer, viver ... morrer!
Os
bebês não falam ... mas o 'nascer', deve doer ... eles choram para demonstrar isso.
Receber o ar rasgando os pulmões pela primeira vez, ter a luz ferindo a visão imaculada, sentir o frio de quem sai de uma imersão quente e
prolongada. O desaconchego de ser despejado de sua primeira casa ... se ver
lançado num ambiente desconhecido e ameaçador – ao relento e abandono.
As
crianças reclamam de dores nas pernas, nos joelhos - enquanto crescem - enquanto
seus ossos se fortalecem para correr, dançar e enfrentar de pé as intempéries
da vida.
Os
adolescentes penam pelas modificações físicas, hormonais e psicológicas que
passam.
Os
jovens igualmente, sentem dor, de todos os tipos, quando ainda ensaiam para a
vida adulta.
Os
adultos ... queixam-se de perdas e fracassos, de acidentes de percurso pelas
escolhas feitas, tanto quanto choram pelas desprezadas.
Os
velhos, quando se queixam das dores físicas, devemos entender que queixam-se de
todas as outras dores não queixadas anteriormente, onde houve um acúmulo de
resistência à dor, quando foi preciso terem um alto nível em seu limiar de dor,
porque não havia tempo, nem espaço, nem quem as escutasse ... e elas foram socadas
e guardadas em sacos escuros, escondidos
em locais de pouco trânsito, para que não atrapalhassem no frenesi rotineiro.
Ao
nascer, ingressamos no mundo da dor, sensação que acompanha todas as
outras. Os prazeres, os contentamentos, nos
marcam a trajetória, nos são coisas preciosas, mas as dores ... ah! ... elas doem mesmo, são um caso à parte, na nossa sensibilidade ... elas sabem como
atingir os nossos pontos nevrálgicos.
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