sexta-feira, 30 de junho de 2017





Pensamiento del día 30 de junio 










Me muevo en pequeños pasos, hoy estoy mejor que ayer, mañana yo seré mejor que hoy, un poco de cada vez ... yo llego allá!






Pensamiento del día 29 de junio 









Para que yo pueda entender lo que está allá fuera, es preciso que comprenda lo que vive dentro! Sólo así puedo convencer el hombre viejo a salir y dejar el nuevo asumir!







Constelação Familiar





A CRIANÇA INTERIOR FERIDA: UM PROBLEMA SOCIAL
A criança interior tem a ver com a criança natural e espontânea que todos nós já fomos. Ela corresponde ao núcleo mais íntimo do nosso ser. Ela se expressa pela capacidade de rir, de ser criativa, espontânea e capaz de ficar admirada com o mundo.
A nossa infância está marcada pela educação e diversas influências sociais recebidas na escola, na igreja, etc. Como adultos, somos condicionados por tais influências e elas determinam as nossas vidas. Se tivemos muitas restrições, punições ou feridas emocionais, a criança ferida pode parar de se desenvolver, se encapsular, e deixar de ser sentir liberdade de ampliar o gesto existencial. Repetimos muitos padrões familiares da infância nos nossos relacionamentos, nossas carreiras e nas nossas próprias famílias.
Encarar a criança interior requer coragem de querer transformar experiências e crenças negativas obtidas na infância e que afetaram negativamente a vida atual da pessoa. Quem experimentou rejeição na infância ou foi sempre criticado, depois de algum tempo, não terá mais nada a ver com a sua criança interior, porque, ela parece não ser digna de receber amor. Isso leva a um self demasiadamente duro, moldado ao estilo dos pais e que perpetua o julgamento negativo deles.
Os filhos que não foram fisicamente e emocionalmente bem cuidados, se tornam adultos com dificuldades de reconhecer e satisfazer as próprias necessidades além de se tornarem incapazes de cuidar adequadamente dos próprios filhos.
Como podemos ver, a problemática vai atravessar várias gerações, desembocando em negligência infantil, muitas vezes atendida por órgãos públicos de assistência social e órgão jurídicos. Tais serviços, muitas vezes, não conseguem perceber o caráter transgeracional dessa problemática.
Portanto, tratar a criança interior ferida, é uma questão da natureza de saúde pública e uma prevenção dos maus-tratos infantis que tende a ocorrer em mais de uma geração familiar, por causa de adultos que foram crianças negligenciadas.
Na constelação, as crenças negativas que recebemos dos pais ou de figuras influentes, precisarão ser renunciadas, assim como as crenças que decorrem de vivências infantis ou da falta de infância, mas que podem ser resolvidas por meio de reconhecimento consciente.
Em tais constelações, não raro aparecem afirmações de exigências de perfeição, tal como: “não adianta fazer porque você não faz direito o suficiente!" Ou projeções destrutivas do tipo: "você é burra e não faz nada direito!". Ou frases de negligência emocional: "não mereço ser amada".
Em suma, as crianças que não receberam cuidados físicos e emocionais suficientemente bons, quando adultas, terão dificuldades em reconhecer e satisfazer as próprias necessidades. Se elas não forem curadas, continuarão aprisionados em padrões de dependência, fracasso e vitimização. Isso é um problema individual que tem repercussões sociais pois afetará o cuidado que terão com os próprios filhos.
AUTOR: Miguel Mello, psicólogo, psicanalista, constelador familiar.

quinta-feira, 29 de junho de 2017



PSI _________ 48 - Minhas considerações


A arte como refúgio e forma de canalizar o sofrimento







Para Frida Kahlo, a arte era uma forma de transformar a dor em expressão artística. Era seu canal, sua forma de liberdade. Porque ela sempre se negou a ser vítima, entendeu desde cedo que a vida não merecia ser entendida através de seu sofrimento físico. A vida, para Frida Kahlo, era, acima de tudo, paixão.
Quando alguém admira sua obra “A Coluna Partida” (1944), não pode evitar sentir um profundo calafrio. Nesse quadro, o simbolismo da dor adquire, mais que nunca, uma intensidade palpável, física e quase desesperadora. Todos os anos de tratamento e os aparelhos ortopédicos que ela precisou usar ficaram gravados, como se fossem um testemunho de exaltação ao corpo físico como sinônimo de tortura.
“Pés, pra que te quero, se tenho asas para voar?”

-Frida Kahlo-



A própria Frida explicou uma vez que pintou todos aqueles autorretratos porque se sentia sozinha. Mais do que querer canalizar seu sofrimento físico, ela precisava se reencontrar com alguém para explicar como se sentia, e essa pessoa era ela mesma.
O exemplo de vida e atitude da célebre pintora mexicana nos demonstra algo muito concreto: a criatividade é um veículo, é um mecanismo excepcional capaz de nos ajudar não só a reestruturar a dor, mas também a canalizar o sofrimento através da arte. As terapias expressivas, como a pintura, a escrita ou a composição, também são uma forma de encontrarmos a nós mesmos para que possamos cuidar de nós e recuperar nossa estabilidade emocional.

O sofrimento na arte

Gostamos de pensar frequentemente que a arte, para chegar ao máximo de sua expressão e genialidade, precisa de uma mente torturada e um coração ferido. O arquétipo do poeta atormentado e do romancista que escreve de forma frenética em suas noites de tremendo delírio continuam muito presentes no pensamento coletivo.

“Nossa existência não é nada além de um curto-circuito de luz entre duas eternidades de escuridão”.
-Vladimir Nabokov-

No entanto, além do sofrimento, há uma realidade psicológica que sustenta de uma forma mais profunda e delicada este tipo de personalidade. Nomes como o de Lord Byron, Edgar Allan Poe, Ernest Hemingway ou a própria Frida Kahlo são o claro exemplo de uma característica muito concreta: a paixãoA mente desses artistas nunca foi comum. De fato, e se analisarmos cada detalhe, perceberemos que se encaixam perfeitamente no que Howard Gardner entende como uma mente criativa:
  • A criatividade é um ato solitário;
  • Vai além do comum, do sistema, do que é lógico ou esperado para o resto;
  • A mente criativa assume riscos, é atrevida;
  • Seu potencial criativo está muito sujeito ao mundo emocional.
    A tristeza e a dor convidam o artista a se encontrar consigo mesmo


Uma das definições mais bem-sucedidas sobre a criatividade é a oferecida pelo escritor Richard Luecke. Para ele, a criatividade não é um estado mental, nem algo genético, muito menos um produto associado exclusivamente ao quociente intelectual. É um processo de desenvolvimento e uma forma de expressão orientada para resolver problemas ou (surge aqui o mais interessante) para satisfazer necessidades emocionais.
O sofrimento é um catalisador para a expressão artística, não há dúvidas, mas a felicidade também é, assim como o  medo e até mesmo a raiva. No entanto, a dor encontra na arte um refúgio muito catártico, onde a pessoa pode reencontrar e cuidar de si mesma, mergulhar em seus abismos de incerteza e se misturar em seus buracos negros para sair fortalecida. Aliviada.

Sou artista e bom gestor das minhas emoções negativas

Rufus Wainwright é um reconhecido cantor canadense que, em 2010, lançou um disco (All Days Are Nights: Songs for Lulu) onde deixava que vislumbrassem, uma por uma, as marcas de sofrimento que ele viveu naquele momento. Sempre aparecia vestido de preto em seus shows e pedia ao público que não aplaudisse entre as canções.

"O sofrimento é justificado quando se transforma em matéria-prima da beleza."
-Jean Paul Sartre-

Ele tinha acabado de perder sua mãe e sua mente ainda estava presa ao passado traumático, no qual sofreu um abuso com apenas 14 anos de idade. Atualmente, e após uma união feliz, sua vida navega por um oceano emocional muito mais tranquilo, maduro e seguro. No entanto, não falta quem lhe pergunte se a felicidade de hoje não o impedirá de escrever “boas canções” como as de alguns anos atrás.
Wainwright é muito claro nesse aspecto. Sabe muito bem que, quando o assunto é sofrimento, não há um antes ou um depois, especialmente se os traumas tiverem ocorrido na infância. Os demônios sempre estarão ao nosso lado, eles nunca desaparecem por completo. O que acontece é que chega um momento no qual a pessoa precisa escolher se quer ser vista como vítima para sempre ou se vai permitir a si mesma ser feliz, apesar de ter que viver  com essa memória.
Em suas composições, uma boa parte da tristeza do passado ainda não perdeu a voz, continua presente porque faz parte de quem ele é e é uma peça a mais do alívio que sua criatividade lhe proporciona. No entanto, a felicidade de hoje também é um estímulo poderoso em suas obras. Qual seria a necessidade de renunciar ou negar algum desses aspectos?
Finalmente, nós somos uma complexa mistura de emoções contrapostas, de luzes e escuridão que formam quem somos. O essencial é não nos rendermos, como Frida Kahlo não se rendeu; devemos encontrar uma paixão e transformá-la em nosso refúgio, como um catalisador, com o qual podemos dar ao mundo o melhor de nós mesmos e, ao mesmo tempo, cuidar do nosso próprio universo emocional.

"A coluna partida" - 1944 - Frida Kahlo
"Noite estrelada" - 1889 - Van Gogh


48 _______________ Minhas considerações
Todo tipo de dor, nos faz entrar em contato com nossa humanidade.  Acredito que seja mesmo uma possibilidade que nos proporciona material para a catarse.  E se da dor surgir algo belo, ela não terá sido em vão!








REALMENTE REAL ____________________ 476











Livre de passagem ou bagagem
saí pra umas bandas por aí ...
pelo território mais interessante
que alguém pode explorar.

Não me importo se é dia,
se chove água ou canivete.
Só fecho as portas e vou-me ...
delibero pra onde ir!

Dentro da minha cabeça há
um mundo maior que o de fora ...
pra mim, o mais verdadeiro!
O realmente real!

É como eu entendo que ele seja,
porque antes de estar em outro ...
nele estou submerso,
é por onde me aventuro.

Pra que eu possa entender
o que está lá fora, é preciso
que compreenda o que mora dentro!
Só assim posso convencer
o homem velho a ir embora
e deixar o novo assumir!

Perder-me dentro dele e
mesmo assim, não estar perdido,
sentindo-me seguro!
Sem precisar sair de mim!
Sem custo ... uma grande vantagem!





terça-feira, 27 de junho de 2017


ENTRE O NASCER E MORRER  ___________________________ 475





Tudo dói. 

Nascer, crescer, viver ... morrer!

Os bebês não falam ... mas o 'nascer', deve doer ... eles choram para demonstrar isso.
Receber o ar rasgando os pulmões pela primeira vez, ter a luz ferindo a visão imaculada, sentir o frio de quem sai de uma imersão quente e prolongada. O desaconchego de ser despejado de sua primeira casa ... se ver lançado num ambiente desconhecido e ameaçador – ao relento e abandono.

As crianças reclamam de dores nas pernas, nos joelhos - enquanto crescem - enquanto seus ossos se fortalecem para correr, dançar e enfrentar de pé as intempéries da vida. 

Os adolescentes penam pelas modificações físicas, hormonais e psicológicas que passam.

Os jovens igualmente, sentem dor, de todos os tipos, quando ainda ensaiam para a vida adulta. 

Os adultos ... queixam-se de perdas e fracassos, de acidentes de percurso pelas escolhas feitas, tanto quanto choram pelas desprezadas.

Os velhos, quando se queixam das dores físicas, devemos entender que queixam-se de todas as outras dores não queixadas anteriormente, onde houve um acúmulo de resistência à dor, quando foi preciso terem um alto nível em seu limiar de dor, porque não havia tempo, nem espaço, nem quem as escutasse ... e elas foram socadas e guardadas  em sacos escuros, escondidos em locais de pouco trânsito, para que não atrapalhassem no frenesi rotineiro.


Ao nascer, ingressamos no mundo da dor, sensação que acompanha todas as outras.  Os prazeres, os contentamentos, nos marcam a trajetória, nos são coisas preciosas, mas as dores ... ah! ... elas doem mesmo, são um caso à parte, na nossa sensibilidade ... elas sabem como atingir os nossos pontos nevrálgicos.




domingo, 25 de junho de 2017





CATARINA E ANTÔNIO  ______________________ 474










Ela se casou
numa festa de são João,
o buquê ela levou
grudado no coração!

Em sua cabeça, do chapéu
pendiam flores, renda e véu,
branco como a sua doçura!
De um marido, esteve à procura,
em pedidos a santo Antônio,
que lhe mandou um ‘Antônio’.

Renovaram os votos,
- em tom de brincadeira -
tudo registrado nas fotos,
mas pra ela?  ... nenhuma besteira!
pois arrumou-se a semana inteira!

Tivemos direito à dança
e teve muita comilança.
No rosto, no riso de menina,
via-se a alegria de ‘Catarina’!

Nessa noite, seu desejo primeiro
foi pedir um companheiro,
não mais um marido,
pedido nem um pouco descabido!
Era o que tinha sido, ela mesma,
numa história escrita numa resma(1)!
Ao longo de seis longínquas décadas
... de risadas e tristezas salpicadas ...
não fora ela companheira dedicada?
... demonstrada nessa festa acaipirada!?




resma (1)
ê/
  1. substantivo feminino
    conjunto formado por quinhentas folhas de papel.



sexta-feira, 23 de junho de 2017



PSI _________ 47 - Minhas considerações




Amor platônico: o desejo permanente pelo que nos falta










Platão dizia que só amamos o que desejamos e só desejamos aquilo que nos falta. Parece que já na época desse filósofo conhecido existia um sentimento tão devastador que perdura até hoje e está enraizado fortemente em cada um de nós: a constante insatisfação com a vida.
(1)
Encontramos esse sentimento com mais frequência nos relacionamentos de casal. Existem muitas pessoas que precisam de um amor idealizado, perfeito … Esta visão nostálgica e romântica das relações, esse amor do “estar sempre apaixonado”, não por uma pessoa concreta, é o que os torna sempre insatisfeitos. Dessa forma, a sua ideia de amor não se baseia na realidade, mas na fantasia do que poderia ser ou poderia ter sido. Trata-se de um amor platônico.
Poucas vezes esse desejado amor platônico se torna realidade. É nesse momento que a pessoa entra em um estado de exaltação onde se sente embriagada e acredita ter preenchido esse vazio que a fazia sofrer tanto. 
(2)


Desejo e prazer

Há muitas pessoas que só encontram prazer ou satisfação no desejo. Parece que desejar, sonhar, ter ilusões e idealizar é o motor que faz a sua vida seguir em frente. No entanto, quando elas alcançam tudo o que sonharam, ficam entediadas. Assim que conseguem tudo o que supostamente as completa, já não há mais espaço para o desejo e a projeção.
Mas, o que realmente acontece?  A pessoa platônica escapa, sai em busca novamente dessa dose de carência, desse desejo que é o que realmente a faz sentir viva. Mesmo que sofra, é um sofrimento com uma nuance doce e viciante. Acredita que deve haver algo melhor, algo que mantenha a sua ilusão dia após dia como se fosse o primeiro e, se não for assim, é por que não encontrou o que procurava: a sua missão é continuar buscando.
Muitas vezes pensamos que a felicidade está em outro lugar e que, se pudéssemos acessar esse local onde supostamente ela está nos esperando, toda a nossa insatisfação acabaria. Mas finalmente descobrimos que não é assim; que realmente não temos tudo para nos sentirmos completos e se soubéssemos modificar certos aspectos da vida cotidiana que raramente custam dinheiro, não teríamos que procurar a felicidade em outro lugar.
(3)


Aprender a amar o que não nos falta

O desejo pelo o que ainda não conseguimos é sempre legítimo e, em muitos casos, não deixa de ser uma motivação positiva. Mas quando esse desejo se transforma em uma necessidade e, portanto, em um doloroso sofrimento, nos bloqueamos e nos sentimos vazios, permanentemente insatisfeitos e ansiosos.
(4)
É preciso acabar  com o amor platônico e aprender a amar o que não nos falta, o que temos nas nossas vidas: seja o companheiro, o trabalho, os amigos, a nossa cidade. Tudo isso contém muitos aspectos positivos que muitas outras pessoas gostariam de ter. É uma visão particular de si mesmo, de limpar os vidros embaçados da rotina e da decepção, e de mudar voluntariamente os aspectos que não se encaixam na nossa vida. Viva com entusiasmo e motivação.

Se formos capazes de apreciar e ser gratos a cada dia pelo que temos na nossa vida, o sentimento de “sentir falta” deixará de nos ancorar em uma ilusão permanente. Viveremos o presente, nos alegraremos com o que nos acontece, aceitaremos as adversidades e sempre extrairemos uma lição ou uma parte positiva de qualquer situação.
É preciso abandonar as viagens mentais para o futuro, bem como as queixas repetidas e constantes que afastam até mesmo as pessoas mais tranquilas. Fique onde está, arrisque e mude o que você não gosta na sua vida, mas não deseje a perfeição e nem o impossível que nunca chegará. O que você tem já é o perfeito, é o que deve ser. Por que você não começa a aproveitar tudo isso?


(1) É como se sempre nos faltasse alguma coisa. Aos olhos dos outros, a nossa vida pode parecer invejável ou que não temos do que reclamar. Mas existe dentro de nós um vazio que não sabemos como preencher.

(2) O problema é que depois de um tempo, elas começam a perder o interesse e retornam para a mesma dinâmica com a qual estão acostumadas: desejar algo inatingível e se afundar no seu sofrimento com um novo amor platônico.

(3) O problema é que, na maioria das vezes, fazer essas mudanças nos aterroriza, nos deixa ansiosos, inseguros, e ficamos ancorados no que poderia ter sido.

(4) Esta maneira viver, paradoxalmente, não nos permite viver. Nós não somos livres, mas escravos de uma ideia que nos diz como a nossa vida deveria ser.






 _________ 47 - Minhas considerações


"... É uma visão particular de si mesmo, de limpar os vidros embaçados da rotina e da decepção, e de mudar voluntariamente os aspectos que não se encaixam na nossa vida ..."

A rotina cansa, a decepção machuca, sobretudo a decepção sobre nós mesmos, nossas expectativas e idealizações.