segunda-feira, 29 de junho de 2015

     

Quando é preciso calar ou falar

Saber calar nos momentos certos é uma arte preciosa. Só devemos falar quando temos a certeza de que nossas palavras serão mais úteis que o nosso silêncio. Às vezes nos gastamos tanto em palavras que não podemos entender os silêncios de Deus. Jesus se calou diante de Pilatos; existem circunstâncias em que o silêncio dos homens está mais perto da verdade do que as suas palavras.

Se pensarmos bem veremos que tudo de bom é gerado no silêncio: a oração que nos eleva; o trigo que cresce no silêncio da noite; as descobertas da ciência nas noites de pesquisa; os grandes livros escritos na solidão... A natureza trabalha continuamente, mas em silêncio. Onde cessa o barulho começa a música, disse o poeta. Alguém disse que se vivendo ao lado de um surdo-mudo é que se percebe como são poucas as palavras que precisamos dizer. Antes de falar, opinar, discutir, é preciso “ouvir o silêncio”.

Madre Teresa de Calcutá dizia que temos necessidade de silêncio para tocar as almas com respeito e amor. E Pascal dizia que em matéria de amor, o silêncio vale mais que a fala. O melhor remédio contra a cólera e o ódio, é o silêncio; desarma o adversário. O silêncio é difícil, por isso é raro como o ouro.
O livro do Eclesiástico diz que: “Há quem se cala por não saber falar, e há quem se cala porque reconhece quando é tempo de falar” (Eclo 20,6).

Ghandi amava acima de tudo a verdade; e dizia que o silêncio faz parte da disciplina espiritual de quem ama a verdade. E ele dizia que se sentia como se fosse feito para o silêncio. O mesmo se deu com uma multidão de monges, eremitas e cenobitas que buscaram o silêncio do deserto, para se encontrar e encontrar Deus.
Calar sobre nós mesmos, é humildade; e calar sobre os defeitos dos outros, é caridade.

Calar quando a gente está sofrendo, é prova de fé e de heroísmo, e muito agrada a Deus. Mas, calar diante do sofrimento dos outros pode ser omissão; e calar diante da injustiça, pode ser fraqueza.
Calar quando o outro está falando, é delicadeza, respeito, dignidade.

Calar, e não falar palavras inúteis, que possam fazer mal, destruir a paz e a harmonia, é penitência; e calar, quando não há necessidade de falar, é prudência. Calar diante do mistério que não entendemos, é sabedoria. Deus fala suave em nosso coração, mas no silêncio.

(PARA SER FELIZ, http://goo.gl/C8xqgg - Ed. Cléofas.www.cleofas.com.br)

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