domingo, 28 de junho de 2015

A doença de Alzheimer não pode com a música


A área do cérebro que abriga as memórias musicais é menos danificada pela doença

                                  
O gráfico mostra (em vermelho, acima) o giro cingulado anterior, onde as memórias musicais são armazenadas. Mais abaixo, visão bilateral de três biomarcadores da doença de Alzheimer; em vermelho, as áreas mais afetadas. / MPI F. HUMAN COGNITIVE AND BRAIN SCIENCES

Sem saber bem por que, a música é uma das poucas armas que os terapeutas têm para fazer frente à progressão da doença de Alzheimer.Apesar da devastação provocada por essa doença no cérebro e, especialmente, na memória, uma grande parte dos doentes conserva suas memórias musicais, mesmo nas fases mais tardias. Agora um estudo mostra as possíveis causas desse fenômeno: a música é armazenada em áreas do cérebro diferentes daquelas do resto das memórias.

O lobo temporal, porção do cérebro que vai da têmpora à parte de trás da orelha é, entre outras coisas, a discoteca dos humanos. Ali é gerida nossa memória auditiva, inclusive as canções. Estudos com portadores de lesão cerebral respaldam a ideia de que guardamos a música em uma rede centrada nessa área. No entanto, o lobo temporal também é a primeira parte do cérebro a sofrer os estragos do mal de Alzheimer. Como se explica então que muitos doentes não saibam o próprio nome ou como voltar para casa, mas reconhecem aquela canção que os emocionou décadas atrás? Como alguns doentes são incapazes de pronunciar uma palavra, mas, entretanto, conseguem cantarolar melodias que fizeram sucesso quando ainda podiam se lembrar?
Onde moram essas lembranças?

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