Está dada a "partidA" para um referente vazio
A conquista pelas mulheres do direito ao voto é resultado de inúmeras lutas. De batalha em batalha, desempenhamos importante papel no processo de aprimoramento do sistema representativo, ainda que, como argumenta o filósofo Jacques Rancière, a representação tenha se posto a serviço da manutenção do poder na mão de poucos. Era sobre esse e outros problemas que eu pensava enquanto ouvia o debate sobre a formação de um partido feminista. A partir do que ouviu, Marcia Tiburi saiu da conversa com um caderninho vermelho cheio de anotações e propôs uma transformação importante. De Partido Feminista para partidA, numa referência explícita ao gênero feminino – A – e num deslocamento da letra maiúscula para o final, porque se A indica força, que esta força esteja no gênero feminino que a palavra assim grafada apresenta. Essa é uma proposta que me seduz, quando diz: “Claro que o campo do partido tradicional tem algo de obscuro. Mas é claro também que a forma partida tem algo de processual em termos de ação. E é isso que podemos perceber na intenção de novas formas de fazer política”.
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