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OS PONTOS DO CONTO
Será que todo ponto merece um conto? Se eu escrevesse um conto, agora, não saberia dizer, qual ponto usar em seu desfecho. Ah! ... eu e essa minha ansiedade efervecente! Devo me preocupar, com um de cada vez e não atropelar o conto, pensando sobre o ponto final, quando muitos outros irão surgir, no decorrer da estória.
Ali na minha cara, estava o ponto principal, bem à flor da minha pele, ardendo e incomodando; mas não tinha a menor ideia, de onde me levaria esse assunto.
São sempre, muitos pontos: aquele que espeta, aquele que reclama, aquele que engana, aquele que toma a atitude; e nem sempre sei, qual o mais determinante, porque importantes, todos são. Um conto não se faz de um só ponto, aliás se faz com muitos, quantos mais melhor - porque da perspectiva de cada ponto, há visões diferentes. Pontos que curam, que se submetem sem nada reivindicar, que são transparentes e resignam-se às coisas como elas são ... também surgem para amenizar a narrativa e torná-la mais equilibrada.
Além do mais, quem conta um conto, aumenta um ponto ou mais. Quem lê um conto, também tem, seu 'ponto' ou mais de um, para acrescentar.
Mas a pergunta inicial, ficou sem resposta. Sou da opinião, de que todo ponto merece um conto, sim! ... ou pelo menos, ser contado e considerado . Em cada ponto colocamos um pouco de nós mesmos, por isso nenhum ponto deve se perder ou ser ignorado, correríamos o risco de deixar de fora algo precioso.
De conto em conto, vamos descobrindo quais os pontos em comum que temos, quais pontos divergentes possuímos. De ponto em ponto, vou montando o traçado da minha história e possibilitando, que outras histórias sejam pontilhadas, com pontos comuns, com pontos a serem acrescentados e até, com pontos a serem excluídos.
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