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POR MIM MESMA
Cansei a mim,
por palavras repetidas aos ouvidos, habituados só a ouvirem para responder, mas não pretendem
entender!
Cansei ainda,
de ter de filtrar tudo que ouvia da boca insana, cuspindo diamantes, em nome da
sinceridade - como se fosse coisa normal!
Cansei, por
deter meu passo, em paragens inóspitas, à espera de ter companhia!
Cansei-me de
segurar o copo à boca alheia, enquanto eu morria de sede!
Cansei dos
'nãos' subentendidos e dirigidos a mim (por mim mesma), ao mesmo tempo em que
expressava sonoros 'sins', por aí!
Fartei-me dos meus diálogos internos de indignação e das respostas mentais e tardias, (apenas mentais, 'de mim pra mim mesmo'), que eu dava às ofensas e que me faziam tão mal! ... mas eram as únicas respostas que me ocorriam! Saturei de ver a ótica dos fatos, ser modificada, por interesse de obter um resultado contra mim, numa distorção deliberada.
Se hoje, me
perguntarem o porquê, da boca tão calada ... dos ouvidos surdos ... dos
caminhos tão diversos ... da consequente distância? ... Eu respondo:
saturei de viver na insignificância em que me colocavam - cujo espaço era muito
apertado ... do egoísmo de quem só pensava em seu próprio 'rabodosco'
(que tirava o seu da reta) ... da sensação de inadequação que sempre me
envolvia! Não me importa, a pretensa 'postura egoísta' que agora, a mim
atribuem. As minhas palavras se destinam aos ouvidos que me queiram
acolher. Os meus ouvidos estão disponíveis ao agradável e já não dou
respostas. Diamantes atirados à face, nunca serão coisa normal,
independente de quantas vezes sejam atirados. Não se pode fazer alguém
engolir a água que lhe ofereço ou dar um passo, que seja, contra à sua vontade.
Foi por
cansaço mesmo! Estou aprendendo a
expressar 'nãos', a demonstrar os 'nãos' com minha simples atitude, não para
que o meu 'não' seja convincente, mas para reforçar cada vez mais, que cansei da
dinâmica antiga, doentia e cristalizada. Que meu sim seja sim, que
meu não seja não!
rabodosco
- esse termo não existe em nenhum dicionário, eu o criei
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