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VICE E VERSA
Sei mesmo, que não tenho molas propulsoras nos meus pés. Mas têm dias em que, é como se subisse um degrau e descesse dois. Num ciclo interminável ou um círculo viciado de inadequação, como se eu fosse a cobra tentando abocanhar o próprio rabo ... e nem isso eu consigo fazer! A cena é ela, de presas à mostra, quase que salivante, porém sem de fato alcança-lo. É nítido, que não estou progredindo, pois invariavelmente, caio em buracos, muito parecidos com os que já caí. Ralo muito mais do que meus joelhos, quebro muito mais do que a cara, fragmento mais e mais a minha autoimagem. Muito embora perceba, que peguei um caminho suspeitoso, que já é meu velho conhecido, sigo por ele até o fim, até cair mais uma vez. Lá vou eu de novo, dar de cara com o espelho, tentando acessar o que vai em mim, e ele me apontando o dedo, mais outra vez. Já não sei mais, se há mentira ... quem é que mente ... o espelho ou os meus olhos!
Um peso enorme, de sei lá do quê, retarda minha subida. Sei que é preciso desapegar-me dele, mas não faço ideia do que, realmente devo deixar ir. Acho que eu tenho medo, de abrir mão de algo importante para mim. Enquanto não souber dar valores, ao que carrego na minha mala, ficarei nessa - em busca do próprio rabo e fazendo figuras redondas e ovaladas.
Lapidar-se ou conhecer-se, tarefas difíceis! Esbarro sempre, em minhas expectativas e limitações de todo tipo. Estou ainda aprendendo, quando ignorar, quando considerar, como usar a serenidade ... e sem saber se o resultado será uma atitude sábia ou insana. Ignorar ou considerar, pura e simplesmente é fácil ... a maior dificuldade está em encontrar o meio termo, quando a situação tende à manipulação, quando o 'vice' é 'versa'.
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