terça-feira, 24 de abril de 2018


'UM OLHAR SOBRE O COMPORTAMENTO HUMANO’

46 – AS RAZÕES DA RAZÃO





A minha parte racional, pode até julgar que todas as minhas necessidades estejam atendidas, num determinado momento. Mas se uma sensação me indicando um vazio, a reclamar um complemento, que eu não sei qual é, e nem onde buscar, está presente – é sinal de que tem coisa errada.

A ideia que me ocorre para explicar é, que eu conheço as variáveis de uma equação, mas a conta não fecha, o resultado não condiz com aquele a que deveria chegar.  Se a conta tem que fechar, devo rever todos os cálculos.


A razão e a emoção são duas partes que brigam o tempo todo. Têm interesses em comum - o bem estar e o equilíbrio da mesma pessoa, mas cada uma usa de sua linguagem particular, desconhecida da outra. Fica difícil um acordo entre elas.

A primeira sempre muito eloquente, tenta convencer a segunda, de que não há razões para descontentamento.  O emocional  ‘estar descontente’ é fato, e como a emoção não é muito boa com as palavras, não pode se expressar corretamente, pois usa de sentimentos e sensações, para os quais a razão é insensível.  Como quiserem, a razão pode enxergar mal, ou ouvir mal, o certo é que ela é imperativa, e no meu caso despótica.

Mesmo que a emoção se descabele, e a emoção grita a insatisfação e tortura a minha estrutura humana, o racional não se abala - a emoção leva a pior.  Eu sei que a insatisfação é real e não inventada, que está incompleta – que deve ser buscada. 

Não estar confortável, para mim é uma constatação de que a razão não tem toda a razão.




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