O PRÓXIMO TREM 659
arte: coisas que eu sei |
Eu me deixei ficar no mesmo lugar, por tanto tempo, que a sujeira do passarinho tinha secado no chão!
Pode acontecer, do tempo passar sem que seja percebido por nós. E o tempo não passa sozinho. Oportunidades passam com ele, oferecidas a nós dentro de uma vitrine, num trem em velocidade suficiente para embarcarmos nele. É um desfile diante dos nossos olhos, a que não damos importância, ou achamos que logo mais à frente, ou mais tarde, as oportunidades nos serão apresentadas novamente.
Um outro trem vai passar, mas será um novo trem, com outras, ou idênticas vitrines, mas expondo oportunidades diferentes.
O tempo é curto para as coisas boas e comprido para as coisas desagradáveis. O desagradável, nós aguentamos, esperando que o melhor ainda esteja por vir, mas existem coisas desagradáveis, que sempre provocarão a mesma sensação em nós.
Ao pêndulo que brinca e bate de um lado a outro no mostrador do relógio, somos alheios, ao seu movimento, aos seus sons, como se não nos dissessem respeito.
Passamos pela vida, considerando o relógio, como um objeto na parede, que deve combinar com a decoração.
Ele marca a cadência crescente do tempo, como também marca o ritmo do tempo que decresce para nós.
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