quinta-feira, 12 de abril de 2018


O PRÓXIMO TREM                                                                                      659


arte: coisas que eu sei


Eu me deixei ficar no mesmo lugar, por tanto tempo, que a sujeira do passarinho tinha secado no chão!

Pode acontecer, do tempo passar sem que seja percebido por nós.  E o tempo não passa sozinho.  Oportunidades passam com ele, oferecidas a nós dentro de uma vitrine, num trem em velocidade suficiente para embarcarmos nele.  É um desfile diante dos nossos olhos, a que não damos importância, ou achamos que logo mais à frente, ou mais tarde, as oportunidades nos serão apresentadas novamente.

Um outro trem vai passar, mas será um novo trem, com outras, ou idênticas vitrines, mas expondo oportunidades diferentes.
  
O tempo é curto para as coisas boas e comprido para as coisas desagradáveis.  O desagradável, nós aguentamos, esperando que o melhor ainda esteja por vir, mas existem coisas desagradáveis, que sempre provocarão a mesma sensação em nós.

Ao pêndulo que brinca e bate de um lado a outro no mostrador do relógio, somos alheios, ao seu movimento, aos seus sons, como se não nos dissessem respeito.

Passamos pela vida, considerando o relógio, como um objeto na parede, que deve combinar com a decoração.

Ele marca a cadência crescente do tempo, como também marca o ritmo do tempo que decresce para nós.

Nenhum comentário:

Postar um comentário