quinta-feira, 1 de março de 2018




RE_EDIÇÃO

Clamor
03/03/17





arte: cecile veilhan





Ouviste-me, enquanto eu atravessava os mares distantes? 
Singrando as águas e a espuma que elas faziam? Viste?
De como cheguei às águas doces 
... às  suas margens?

Quando serpenteei rápido, com meu corpo frio
e me insinuei em ‘esses’, 
sobre as areias farfalhantes,
sem quase tocá-las? 
À noite, quando fiquei escondido e descansei 
debaixo dos desertos 
... dormistes também?

Sussurrei a minha mensagem, 
querendo que o vento a levasse, por entre as folhas, 
através da luz e escuridão das florestas
... confiei nele!
Esperei que ele roçasse o teu rosto e te contasse
das minhas promessas!

Cortei rasante, as campinas e sua vegetação. 
Balancei o trigo nos campos e dancei com ele. 
Apressado ... tranquilo,
uma grande viagem!

O vento, ou o próprio ar,  diriam o mesmo
– que vim de longe, muito longe –
só pra dizer o que queres ouvir!



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