terça-feira, 27 de fevereiro de 2018




TEMPO DE DESAPRESSAR

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Já não ando com tanta pressa, porque sei que um tombo ou tropeço, à essa altura pode ser cruel, meus passos são mais lentos, curtos e determinados.


Prefiro não dá-los, a aventurar-me no escuro.


De nada vale, e de nada valeu a minha pressa, foi-se o 'tempo de apressar'.


A vida tem mesmo o seu próprio, e ela não segue o meu, nem o de ninguém.


Acreditei que passos rápidos e largos, fariam a diferença para chegar onde queria.  Não fizeram, como também não me levaram onde esperei chegar.


Afinal, apreendi a lição, a vida não obedece outro tempo, que não o seu ... e mais nenhum.  Nós é que temos que aprender a lidar com a frustração e todos os outros sentimentos.


Acho que estou de frente a um espelho que reflete a minha imagem em tamanho natural, o comprimento das minhas pernas, a força dos meus braços - o quanto eu 'posso', de verdade.


A experiência - ela ilumina a estrada que deixei para trás, mas ela não é muda, possui uma voz a me dizer:  "Pra que tanta pressa?  Menos ... menos!"


É ela mesma que me fala, insistente:  "Escute o seu corpo ... veja os resultados de suas ações!  Algumas coisas ficarão por serem feitas, apesar das tantas tentativas, de todo o movimento nesse sentido.  E se forem referentes à vida alheia, esqueça!"


Entre outras coisas, ela a voz, me conforta:  "Se tivesse que ser diferente, depois de tudo o que foi feito, e ainda está 'assim' - é porque não era pra mudar!"





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