À TUA IMAGEM E SEMELHANÇA
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Atulhado de muitas tralhas
guardadas em cangalhas
num cubículo escuro
estás sobre um leito duro
a pensar e maquinar
como fazer para encaixar
o mundo, na tua cabeça!
Tudo para que se amorteça
a raiva que te fere a certeza
como fosses um membro da realeza!
Tu, como referência
quanta prepotência!
Assinas tua sentença!
Assinas tua sentença!
Um velho baú guarda teu tesouro.
Riquezas, de posse e crença
que lembram mau agouro
algumas de tão velhas e rotas
não te aquecem à noite!
Tens suores de pequenas gotas
e embora a doença amoite
não te apercebes
que de reis não descendes!
Deixando à mostra
teu interior de ostra.
Deixando à mostra
teu interior de ostra.
És um simples mortal
desças já do pedestal!
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