ÁGUA E VINHO 646
Da água que dormia na pedra, se fez vinho!
A transformação se deu, numa estranha alquimia, capaz de converter os sólidos, os líquidos e apurar as essências, todas que estejam no celeiro, aguardando o momento de serem transformadas.
Sou sangue, que também é água, na pedra do meu corpo, que me contém.
Na pedra repouso, sujeito às mesmas leis de renovação e transformação. Idêntica a que se deu naquele dia, e se dá, em todos os outros, em todos os anos e tempos.
Ciclos de renovação forçada, forçosa, obedecendo ao expurgo dos enganos próprios de mim, um a um.
Uma alquimia, por nós ainda não compreendida, apenas, supostamente observada, operante, nos átomos das nossas células, enquanto vertemos suores e lágrimas, na expiação das nossas dores.
Já não é mais água, e sim vinho.
Já não sou mais 'eu', mas uma outra versão de mim!
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