segunda-feira, 3 de abril de 2017

'UM OLHAR SOBRE O COMPORTAMENTO HUMANO' ___________
31 - PENSAMENTO E  SOFRIMENTO



Como sofre a pessoa com pensamento analítico!
Uma análise dos fatos é sempre necessária, pra evitarmos uma reação espontânea e automática – nossa resposta costumeira, o famoso ‘bateu-levou’ - costumeiramente equivocada e indevida, que muitas vezes nos causa danos, nem sempre reparáveis.
Não é disso que estou falando.  Faço referência aquela pessoa que teima em catalogar todos os acontecimentos, pra que possa dispô-los em uma linha sequencial, perfeita, concatenada e lógica  pra si.
Nem sempre isso é possível.  Nem tudo tem um por quê, que satisfaça nossa curiosidade de entendimento.
Algumas coisas que nos acontecem são apenas pra serem sentidas e aceitas ... e não entendidas, dentro de nossos estreitos parâmetros e limites.  Mas a pessoa analítica é assim, tudo deve ser encaixado, além de encaixado, deve carregar um sentido. 
Certas coisas não devem passar pela razão, em algum momento entre os ouvidos e o cérebro, devem pegar um atalho qualquer, que as leve pra longe do filtro ou crivo, que a tudo analisa e classifica. Depois, um tanto menos intensas e por terem percorrido um caminho um pouco mais longo do que o normal, elas possam retornar, enquanto tangenciam de leve a razão, com um pouco menos de emoção.  Pra certos acontecimentos, seria bom que o momento se congelasse, assim teríamos um pouco mais de tempo pra digerir e lidar com eles.
Devemos, ou melhor ‘eu’ devo - porque digo isso em primeiro lugar a mim mesma – encarar o fato de que viver é assumir e correr riscos, de passar por coisas de que não gostamos - mas que não são opcionais, elas se apresentam a nós sem nos pedir permissão.
Todos sabemos que, chegar à aceitação é um processo complexo. Essa evolução, pode se tornar mais demorada e muito mais dolorosa, pra uma personalidade pendente à barganha, num intercâmbio interno de possíveis motivos. No caso da pessoa analítica, que busca incessantemente manter um controle das suas sensações e sentimentos, ainda que ilusório, mas real e vital pra si - esse monitoramento é crucial, tanto no sentido de sua mortificação quanto no sentido de ser inevitável.






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