segunda-feira, 24 de abril de 2017


MERAMENTE ÁGUAS  _______________________________ 438




Meramente águas

É impossível ouvir o barulho da chuva abundante que corre pelo asfalto, ainda assim não lembrar do meu choro quieto, que cai para dentro de mim – correndo pelos meus sentimentos a todos os cantos – e se o faz quieto, é porque cansou de chorar para fora.  

Nada é tão oculto assim.  Nada, que a um segundo olhar mais acurado não se revele.  Podem não vê-lo - por não ver mesmo ou por não querer - porque se o vir, terá que ser feito diferente – e ninguém quer mudar o jeito de fazer as coisas, por medo ou por comodismo.


Sinto como se a chuva fosse solidária a mim, caindo apenas para me arrancar do meu foco.  Mas ela não sabe, que reforça a chuva que cai dentro de mim ... e sou eu que me torno solidário à ela, por motivos diferentes é claro ... o certo é que nós dois choramos!



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