MERAMENTE ÁGUAS _______________________________ 438
Meramente
águas
É
impossível ouvir o barulho da chuva abundante que corre pelo asfalto,
ainda assim não lembrar do meu choro quieto, que cai para dentro de mim –
correndo pelos meus sentimentos a todos os cantos – e se o faz quieto, é porque
cansou de chorar para fora.
Nada
é tão oculto assim. Nada, que a um
segundo olhar mais acurado não se revele.
Podem não vê-lo - por não ver mesmo ou por não querer - porque se o vir,
terá que ser feito diferente – e ninguém quer mudar o jeito de fazer as coisas,
por medo ou por comodismo.
Sinto
como se a chuva fosse solidária a mim, caindo apenas para me arrancar do meu foco. Mas ela não sabe, que reforça a
chuva que cai dentro de mim ... e sou eu que me torno solidário à ela, por motivos
diferentes é claro ... o certo é que nós dois choramos!
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