quinta-feira, 13 de abril de 2017


PSI ________________________________________________________



Transtorno De Personalidade Por Dependência








“Com licença… queria pedir permissão para ir ao parque…” “Desculpe… posso ir dormir?”. Podem até parecer frases estranhas, no entanto, muitas mulheres (e alguns homens) costumam dizê-las diariamente.
O transtorno de personalidade por dependência se baseia em “pedir permissão para pedir permissão”. Ou seja, trata-se de uma condição ou desequilíbrio de tipo psicológico/emocional onde uma pessoa depende muito da outra, sobretudo de seu parceiro. Sem ele, não pode satisfazer suas necessidades.
Este problema costuma começar na infância, embora suas causas e os “desencadeadores” não sejam conhecidos. Por mais que possamos pensar que é mais comum nas mulheres, também afeta os homens… mais do que imaginamos.
O transtorno de personalidade por dependência também se caracteriza pela submissão à outra pessoa e por um grande medo de separação ou abandono de quem mais se ama. É, então, uma “necessidade excessiva de que se ocupe de alguém” e isso pode acontecer em diversos contextos.
Características do transtorno de personalidade por dependência
Segundo o Manual de Transtornos Mentais (DSM IV), para ser diagnosticado com este desequilíbrio o paciente que chega à consulta deve sofrer, pelo menos, cinco dos seguintes aspectos:
– Dificuldade para tomar decisões muito simples do cotidiano, como não saber o que fazer para jantar, por que caminho ir ou que roupa vestir.
– Necessidade de contar com o conselho ou aprovação de suas decisões por parte de uma ou várias pessoas de seu círculo mais próximo.
– Problemas para assumir responsabilidades nos principais momentos da vida.
– Dificuldades para se expressar frente a outra pessoa, principalmente quando não está de acordo com ela. Isso se deve ao profundo medo de receber desaprovação ou ser deixado.
– Incapacidade de iniciar projetos por vontade própria ou fazer as coisas “do seu jeito”, já que a falta de autoconfiança faz com que seu raciocínio seja afetado, que não tenha sonhos nem desejos futuros, além de satisfazer quem está ao seu lado.
– Falta de energia ou de motivação para fazer alguma coisa que goste (ou gostava), principalmente se isso tiver causado algum problema ou discussão no passado.
– Necessidade urgente de se sentir protegido e cuidado por alguém, sem importar seu orgulho nem dignidade, assim como também não importam as coisas que precisam ser feitas para conseguir esse resguardo físico e emocional.
– Incômodo ou sensação de desamparo ao estar só em casa, porque sente um grande medo de que tenham-no abandonado, ou de não poder lidar com seus próprios medos.
– Busca urgente por um relacionamento amoroso, assim que o anterior terminou, para não ficar só e receber o apoio, paixão, cuidado e dedicação que acredita precisar.
– Preocupação pouco realista com as coisas que costumam acontecer ao seu redor. Tudo está fundamentado nos medos de abandono e da falta de proteção.
– Decisão de ser passivo no que se refere às relações interpessoais, ou seja, não ter ação em nenhuma decisão dentro do relacionamento ou da família.
– Sensação de impotência ou perturbação ao finalizar um relacionamento e acabar facilmente ferido ou magoado pelas críticas ou desaprovações daqueles que a rodeiam.
Alguns destes critérios de comportamento do transtorno de personalidade por dependência podem ser confundidos com os de outros desequilíbrios, como por exemplo a ansiedade, o transtorno obsessivo compulsivo, a depressão, ataques de pânico e certas fobias.
Para poder reconhecer alguém que sofra deste transtorno (ou até reconhecê-lo em nós mesmos), é preciso analisar um padrão de comportamento que se desenvolve durante muito tempo, talvez anos. O transtorno de personalidade por dependência não é algo de dias ou semanas, mas sim algo catalogado como de “longa duração”. A recorrência não se remete, não se modifica e faz parte da personalidade. Se não for tratada, pode aumentar.
É preciso prestar muita atenção aos sinais detalhados anteriormente, pois muitas vezes não nos damos conta do que nossos entes queridos fazem ou do que podemos estar fazendo com nós mesmos.
Se você pensa que seu parceiro, amigo ou parente apresenta mais de cinco das características do transtorno de personalidade por dependência, talvez seja bom recomendar o início de uma terapia.


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