quinta-feira, 18 de agosto de 2016











O maior impedimento à descoberta do espaço interior, a principal barreira à descoberta daquele que tem a experiência, é nos tornarmos tão subjugados pela experiência que acabemos perdidos nela. Isso significa que a consciência está desorientada em seu próprio sonho.
~Eckhart Tolle



Não se render torna a sua forma psicológica, a concha do ego, mais rígida, criando assim uma forte sensação de separação. O mundo à sua volta e as pessoas, em particular, são consideradas como ameaças. Surge a compulsão inconsciente de destruir os outros através de juízos, assim como a necessidade de competir e dominar. A própria natureza torna-se sua inimiga e as suas percepções e interpretações são governadas pelo medo. A doença mental a que chamamos paranoia é apenas uma forma ligeiramente mais aguda desse estado de consciência normal, mas disfuncional.
Não é apenas a sua forma psicológica, mas também a sua forma física - o seu corpo - que se torna dura e rígida através da resistência. Cria-se tensão em várias partes do corpo, e esse corpo contrai-se como um todo. A corrente livre de energia da vida que percorre o corpo, e que é essencial para o seu funcionamento saudável, fica muitíssimo restringida. O exercício físico e determinadas formas de terapia física poderão ser úteis para restaurar essa corrente mas, se não praticar a rendição no seu dia-a-dia, essas coisas só lhe poderão proporcionar um alívio temporário dos sintomas, já que a sua causa - o padrão de resistência - não foi desfeita.
Existe alguma coisa dentro de si que permanece insensível às circunstâncias transitórias que criam a sua situação de vida e você só lhe tem acesso através da rendição. É a sua vida, o seu próprio Ser, que existe eternamente no reino eterno do presente. Encontrar essa vida é "a única coisa necessária" de que Jesus falou.
Eckhart Tolle (O Poder do Agora, pág. 208)



O que é frequentemente chamado de " apaixonar-se " é na maioria dos casos uma intensificação do desejo e necessidade egoica. Você se torna viciado na outra pessoa, ou melhor, na sua imagem dessa pessoa. Isso não tem nada a ver com o verdadeiro amor, o qual não contém qualquer desejo.




Observar as nossas emoções é tão importante como observar os nossos pensamentos?
Sim. Habitue-se a perguntar a si próprio: que estará a acontecer dentro de mim neste momento? Esta pergunta indica-lhe qual o caminho a seguir. Mas não analise, limite-se a observar atentamente. Concentre a sua atenção no seu íntimo. Sinta a energia da emoção. Se não houver emoção presente, leve a sua atenção ainda mais fundo para o campo de energia interior do seu corpo. É a entrada para o Ser.
Eckhart Tolle (O Poder do Agora, pág. 45)



Vou mencionar alguns comportamentos que as pessoas adotam inconscientemente para fortalecer sua identidade com a forma. Se você estiver alerta o bastante, será capaz de detectar alguns deles dentro de si mesmo:
- Exigir reconhecimento por alguma coisa que fez e indignar-se ou aborrecer-se quando não o consegue;
- Tentar obter atenção falando sobre problemas pessoais, contando a história da própria doença ou fazendo uma cena;
- Dar uma opinião quando ninguém a pede e ela não faz diferença para a situação;
- Ser mais preocupado com o modo como é visto pelas pessoas do que com elas, isto é, usá-las como um reflexo do ego ou como um instrumento para realçar o ego;
- Tentar causar impressão nos outros por meio de bens, conhecimentos, boa aparência, posição social, força física, etc;
- Inflar temporariamente o ego adotando uma reação irada contra alguma coisa ou alguém;
- Levar tudo para o lado pessoal e sentir-se ofendido;
- Considerar-se certo e os outros errados por meio de queixas fúteis, mentais ou verbais;
- Querer ser visto ou parecer importante.
Caso você detecte um desses padrões em si mesmo, sugiro que faça uma experiência. Descubra como se sente e o que ocorre se o abandonar. Simplesmente descarte-o e veja o que acontece. Enfraquecer quem você é no nível da forma é outra maneira de gerar a consciência. Encontre o imenso poder que flui de você para o mundo deixando de fortalecer sua identificação com a forma.
~Eckhart Tolle



Quando reagimos negativamente à forma assumida pela Vida no momento presente, quando tratamos o Agora como um meio para atingir um fim, como um obstáculo ou como um inimigo, reforçamos a nossa própria identidade baseada na forma - o ego.
Daí resulta a reatividade do ego. O que é a reatividade? É sermos viciados na reação. Quanto mais reativos formos, mais ficamos presos à forma. Quanto mais nos identificarmos com a forma, mais forte é o nosso ego. Então, o nosso Ser deixa de brilhar através da forma - ou brilha com muito pouca densidade.
Através da não-resistência à forma, o que existe em nós para além da forma emerge como uma Presença abrangente, um poder silencioso muito maior do que a nossa breve identidade baseada na forma - a pessoa. É quem somos de um modo muito mais profundo do que qualquer coisa pertencente ao mundo da forma.
Eckhart Tolle (Um Novo Mundo, pág. 172)



A predominância da mente não passa de um patamar na evolução da consciência. Precisamos de chegar ao patamar seguinte agora, urgentemente, de outro modo, seremos destruídos pela mente, que se terá transformado num monstro.
O pensamento e a consciência não são sinónimos. O pensamento não passa de um pequeno aspeto da consciência. O pensamento não pode existir sem a consciência, mas a consciência não precisa do pensamento.
Eckhart Tolle (O Poder do Agora, pág. 42)



Relacionamentos amor/ódio
É evidente que o lado negativo de um relacionamento é mais facilmente reconhecido como disfuncional do que o lado positivo. E é igualmente mais fácil reconhecer a fonte da negatividade no seu parceiro do que reconhecê-la em si próprio. Pode revestir-se de muitas formas: sentimento de posse, ciúme, repressão, introversão e ressentimento não expresso, necessidade de ter razão, insensibilidade e egoísmo, exigência e manipulação emocionais, desejo incontrolável de discutir, criticar, julgar, acusar ou atacar, ira, vingança inconsciente por sofrimentos infligidos no passado por um dos seus pais, raiva e violência física.
No lado positivo, você está "apaixonado" pelo seu parceiro. Ao princípio, é um estado que lhe dá muitíssima satisfação. Você sente-se inteiramente vivo. É como se, de repente, a sua existência fizesse sentido porque alguém precisa de si, o faz sentir especial, e você retribui da mesma maneira. Quando estão juntos, você sente-se completo. O sentimento pode tornar-se tão intenso que o resto do mundo se torna insignificante.
No entanto, você poderá já ter notado que, nessa intensidade, existe alguma coisa de necessidade e de apego. Fica viciado na outra pessoa. Essa pessoa tem sobre si o efeito de uma droga. Está bem quando a droga está ao seu alcance, mas a mera possibilidade ou mesmo a hipótese de que ela poderá deixar de estar à sua disposição poderá levá-lo ao ciúme, ao sentimento de posse, a tentativas de manipulação através de chantagem emocional, a culpar e a acusar o outro - ao medo da perda. Se a outra pessoa o deixar, isso poderá dar origem à mais intensa hostilidade ou ao mais profundo sofrimento e desespero. Num instante, a ternura amorosa poderá transformar-se numa agressividade feroz ou num desgosto terrível. Onde está agora o amor? Pode o amor transformar-se no seu oposto em tão pouco tempo? E, no fundo, era amor, ou apenas um vício de avidez e apego?
Eckhart Tolle (O Poder do Agora, pág. 158)





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