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DO CORAÇÃO, TRIPAS
Fazer das tripas um coração, é tão custoso quanto, fazer com que um coração, se comporte como tripas. Ambos, coração e tripas têm destinações diferentes e inverter suas funções ou modificar-lhes a finalidade dentro da anatomia, em favor de uma situação, não é tarefa fácil. A diferença entre os dois, está também no formato; enquanto um é parecido com uma maçã de base pontuda ... o outro é um tubo retorcido, dentro de um espaço pequeno e que se colocado em linha reta, mostraria seu tamanho. O primeiro tem a função de bomba o e o outro, o de transformar, captar e expelir.
Nas situações adversas, é exigido de nós, um esforço sobre-humano, no sentido de 'darmos conta' dos fatos difíceis - na superação de nossos limites e forças, frente aos desafios impostos às nossas próprias condições físicas e emocionais.
Quando as 'tripas' precisam atuar como 'coração'? Quando sentimos as entranhas reviradas, dentro de nós ... e uma intervenção consciente no processo da 'digestão' dos fatos causadores desse desconforto, é necessária! Quando os acontecimentos precisam ser absorvidos de outra forma, com um pouco mais de tato; quando percebemos que a questão ou conflito, se torna uma coisa física. O coração, estrutura mais branda, é capaz de assumir a empreitada, porque apesar de ser associado à imagem de bomba, por ser mais versátil, se torna multifuncional e apropriado a executar outras tarefas. Tudo isso no sentido figurado, em vez de pensarmos com as entranhas, passamos a pensar com o coração.
E quando o coração precisa atuar como 'tripas'? Quando sentimos o coração tão dolorido, tão apertado, com seu rítmo ameaçado ... que o melhor que temos a fazer é tirar de dentro da bomba o que lhe ameça o funcionamento; deslocando o sentimento, um pouco mais para baixo ... as tripas ... local onde a dor possa ser destrinchada, isto é fracionada, para ser compreendida e eliminada em seu excesso. Aqui também, o emocional afeta o físico, porque no coração não deve haver compartimento destinado às coisas ruins. Ainda no sentido figurado, em vez de bombearmos substâncias tóxicas para o organismo, precisamos deixar que sejam descartadas da corrente sanguínea e excretadas, pelas estruturas capacitadas para isso.
Nos dois casos é muito difícil, forçarmos uma estrutura criada para uma coisa, a realizar outra ... é uma reinvenção de nós mesmos a cada dificuldade! A arte de viver, constantemente, exige de nós, superação e um infindo jogo de cintura, de quadril; mudança de conceitos, de posturas, de direção e de caminhos. Somos os agentes de nossa própria mutação, verdadeiros artífices de nós mesmos. Afinal, acima do coração ou das tripas está o ser humano e acho que, esse intercâmbio de emoções e sentimentos só é possível, porque tanto um quanto as outras possuem neurônios.
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