sábado, 8 de janeiro de 2022

 

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O PARAÍSO E O IRREVELADO



Se por ventura me fizessem a pergunta: "você entendeu tudo o que lhe foi mostrado?", eu teria que ir com calma ao dar essa resposta.  Isso me inspiraria cuidados, para não ser apressado demais e leviano, pois a urgência dos dias, às vezes, nos priva da faculdade maior que temos.  Ela paralisa as ideias, em prol de desempenharmos, o que se espera que desempenhemos.  Perfeição e coerência - são coisas mesmo, que não andam junto com a pressa!

Eu é que me faço tal pergunta ... e em decorrência, outras virão!

Certas coisas, não se encaixam dentro da minha lógica pessoal - será preciso que ela - a lógica - se modifique, antes que eu esteja à altura e venha compreendê-las.  Parece-me, que a lógica está sempre aquém da capacidade de compreensão exigida!

Com meus olhos e sentidos de criança, entendi o mundo como pude; e acho até que em algumas vezes, ou melhor - na maioria delas - ainda 'leio' o mundo como uma criança, que inocente e ignorante ... não se sente 100% culpada pelas faltas que comete, muito embora sempre esteja fadada, a assumir suas consequências funestas!

Por quantas vezes estive pleno?  Em número? ... não se contam, pelos dedos de uma mão.  Quanto às vezes, em que me senti inadequado, ah ... essas são incontáveis!

Alguns fatos, eu entendi de pronto.  Outros, foi preciso um esforço descomunal de raciocínio, para poder acompanhar sequência e sentido apresentados.  Desses, eu me lembro de ter saído exausto, porém num efeito colateral - a musculatura da minha capacidade pensante ficou muito mais desenvolvida!     

Outros talvez, não venha entender e se entender (com a ajuda das teorias que posso usar para isso), é provável que não os aceite - porque entender, não significa aceitar.  Mas nada melhor do que o tempo, para nos fazer crescer, em todos os sentidos!

Tenho também, aqueles que 'acho' que entendi, mas ao certo, não posso afirmar com veemência, pois a qualquer momento, posso entrar em contato com um algum detalhe desconhecido, que jogará por terra, aquilo que tenho como certeza.  Como num filme, um detalhe, mantido oculto até o final da trama, pode fazer toda a diferença!

Aprendi que todos os sentimentos são genuínos, mas nem todos os desejos são lícitos – amar é permitido, mas desejar, nem sempre.  Os provérbios que minha avó dizia, eu os carrego comigo na memória, e muitos deles, só vim entender na idade madura; outros me são ainda, inalcançáveis.  Sei que todos eles são verdadeiros, e que só a posteridade provará o fundamento e autenticidade de cada um!

Estamos sempre, sendo expulsos de um paraíso, porque à medida, que alguns 'mistérios' se descobrem para nós, somos arremetidos para fora das zonas confortáveis, em que nos encontramos.

Minha resposta pode parecer extensa e um pouco evasiva, mas é a única plausível, no momento.


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