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TEMPO DE SER
Entre o passado e o futuro, fica o presente, espremido e apressado. Incontáveis vezes, eu já pensei sobre isso - a superposição dos três: onde dois querem ocupar lugares que não são seus. Porque na verdade, dentro do nosso comportamento cristalizado - nenhum está no seu devido tempo, nenhum se sente à vontade e reconhecido como deseja.
Se cada um ficasse no seu espaço - no seu quadrado, não haveria confusão e essa competição desleal, para ver quem é mais forte ou teimoso, perderia a razão de existir.
Sem dúvida, o que foi escrito, está muito mais concreto, do que o quê, ainda está em fase de elaboração. É óbvio que, o que vai acontecer, torna-se ansioso para vir a ser. E nesse desrespeito, de quem tem a prioridade da vez, o presente fica sempre apertado, entre dois tempos - um, que já teve o seu tempo e o outro, que ainda terá. A neurose instalada, em todos os tempos, modos e pessoas dos verbos sentir, pensar e viver; nos faz crianças tentando segurar com as mãos, pássaros ágeis e livres.
E como não vivemos um presente muito presente, nesse comportamento disfuncional e repetitivo ... o passado - que já sofreu espremido, lá trás ... e um futuro - que sabe que vai passar rápido ... ambos têm a mesma dificuldade de aceitarem seu próprio tempo de ser ... e vivem constantemente, a invadirem um lugar que não lhes é devido.
Somos nós que devemos gerenciar o tempo, afinal ele é nosso; ele não é propriedade do passado, nem do futuro; de verdade, pertence ao nosso presente.
Presente - o único tempo sobre o qual podemos pisar e agir, sem a necessidade de segurarmos pássaros com as mãos.
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