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PEITO ABERTO
05/09/20
É uma zona franca, onde o amor se estabelece, sem se preocupar com o quanto custa, ser recebido e mantido em solo fecundo, sem se importar com os resultados favoráveis, ou com o tempo do investimento. Por lá, pode permanecer por décadas, ou por uma vida toda, incondicionalmente, desde que os impostos acumulados não sejam cobrados, por todo o tempo de isenção, que demos ao sentimento. Pelo tempo que julgamos necessário, dele se estabelecer e se firmar como concreto e viável. A rentabilidade que se espera aqui, passa a ser, a de troca, dentro de um ambiente de respeito e consideração, que possibilite crescimento e contentamento.
Mas quando se torna oneroso, é preciso que o coração e a razão falem a mesma língua. Os neurônios de um, devem se entender com os do outro, a conversa precisa ser franca e corajosa, porque o entendimento é preciso que fique no meio termo. Nem tanto ao pensamento, nem tanto ao sentimento. O coração, que começa a se ressentir, passa a afetar a abertura do peito, forçando-o a se fechar. Ao mesmo tempo, a razão inconformada com o quanto que se cobra e o quanto que se recebe, passa a interferir na isenção concedida.
Para que o peito se conserve aberto, é preciso que ele possa confiar, que tenha razão para isso. Para que a razão se mantenha satisfeita e no seu devido lugar, é necessário, que ela seja atendida, no mínimo de suas reivindicações sentimentais.
arte | catrin welz-stein
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